“Uma anotação é uma forma de descrever um documento, com o objetivo de facilitar a compreensão e interpretação do seu conteúdo e assim facilitar o acesso e reutilização. Atualmente, o que é feito, por exemplo nas estações televisivas, são anotações de forma manual, por pessoal especializado. A esta tarefa estão normalmente associados tempos significativos, o que tem evidentemente implicações em termos financeiros e faz com que existam centenas de milhares de horas cujo conteúdo é desconhecido. Foi para colmatar estes problemas que criámos um processo alternativo, que esperamos que contribua para a disponibilização e rentabilização de arquivos de vídeo de grande dimensão e com interesse económico e social”, refere Paula Viana, investigadora do CTM e professora no ISEP que, juntamente com José Pedro Pinto, também do CTM, desenvolveu o protótipo.

Este sistema utiliza processos colaborativos baseados em conceitos de crowdsourcing, comunidades e jogos com o objetivo de recolher metadados que permitem descrever conteúdos de vídeo.

“Ao associar as descrições a timecodes do vídeo, o sistema contribui para melhorar o processo de pesquisa e acesso aos conteúdos. O sistema implementa algoritmos de validação das tags introduzidas de forma a garantir a fiabilidade das anotações sem intervenção humana e mecanismos de motivação dos jogadores associados ao sucesso/qualidade das suas contribuições”, exemplifica a investigadora.

Os conceitos de gamificação, isto é, utilização de mecanismos de jogos na solução de problemas práticos, da tarefa de anotação, incluem: a definição de diferentes níveis de dificuldade do jogo, a atribuição de pontuação de acordo com o grau de concordância entre jogadores, a atribuição de troféus ao atingir metas pré-fixadas, entre outros.

Este projeto - "NORTE-07-0124-FEDER-000061" - é financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte ("ON.2 - O Novo Norte"), do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), e ainda por Fundos Nacionais através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Os investigadores com ligação ao INESC TEC referidos nesta notícia têm vínculo às seguinte entidades parceiras: INESC Porto e IPP-ISEP.

INESC TEC, abril de 2015