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Tecnologia que permite acesso à Internet em alto mar está a ser testada nos Açores (Tribuna das Ilhas)

O secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia destacou o "grande potencial” dos Açores enquanto “local privilegiado” para realizar testes e demonstrações de projetos tecnológicos associados à exploração e uso dos oceanos.

Fausto Brito e Abreu falava, ao largo do Faial, a bordo da embarcação ‘Pintado’, do departamento da Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, durante uma operação do projeto BLUECOM+, que pretende tornar possível o acesso à internet em alto mar, a mais de 100 quilómetros da costa, em banda larga e com baixo custo, utilizando tecnologias de acesso normalizadas, como o Wi-Fi e o 4G.

O secretário regional salientou que este projeto se “reveste de grande importância”, considerando “a dificuldade das comunicações no mar”, bem como o elevado custo das ligações por satélite”, acrescentando que o BLUECOM+ pode constituir-se como “uma alternativa que emprega tecnologia de ponta”.

Nesse sentido, manifestou satisfação pelo facto de os investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) do Porto, que estão a liderar o BLUECOM+, terem escolhido os açores para testar este “projeto pioneiro”, valorizando, mais uma vez, o arquipélago como centro privilegiado e único para matérias ligadas ao mar e às comunicações.

O BLUECOM+ baseia-se na utilização de balões de hélio ancorados em boias, embarcações ou parques eólicos, que formam uma rede aérea de banda larga a operar nas bandas de frequência libertadas pela televisão analógica (500 Mhz), de modo a garantir ligações rádio de longo alcance.

Brito e Abreu afirmou esperar que “os Açores possam dar um contributo para que se passe da fase de demostração à fase de implementação do sistema no mundo real”, apontando algumas atividades que podem beneficiar deste projeto, nomeadamente a pesca, a náutica de recreio ou o transporte marítimo, que exigem cada vez mais o acesso a comunicações no mar, bem como a monitorização ambiental e a investigação científica.

Nesse sentido, salientou “o expectável aumento de atividades científicas nos Açores, relacionadas com o mar e a atmosfera quando estiver operacional o AIR Center”, o futuro centro de investigação internacional baseado no arquipélago dos Açores.

O secretário regional do Mar frisou ainda a importância de se continuarem a promover parcerias entre grandes centros de investigação nacionais, como é o caso do INESC TEC, “um dos grandes e mais reconhecidos centros de tecnologia do país”, e a universidade dos Açores, neste caso o IMAR/DOP, considerado “um polo de excelência em investigação em ciências do mar”.

O BLUECOM+ é um projeto coordenado pelo INESC TEC, em parceria com o instituto Português do Mar e da atmosfera (IPMA) e a empresa norueguesa MARLO AS, financiado pelo mecanismo EEA Grants.

A operação do BLUECOM+ arrancou quinta-feira no banco Condor, ao largo do Faial, e decorre até sábado, tendo como entidades parceiras a secretaria regional do Mar, Ciência e Tecnologia e o departamento de Oceanografia e Pescas da universidade dos Açores.

Tribuna das Ilhas, 7 de outubro de 2016

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