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Projeto europeu ‘SCREEN’ torna comunicações no espaço mais eficientes (TV Europa)
Projeto europeu ‘SCREEN’ desenvolvido por consórcio europeu de quatro entidades, incluindo as portuguesas TEKEVER ASDS, que liderou o projeto, e o INESC TEC. O projeto permitiu melhorar as comunicações entre satélites e dos satélites para a Terra.
O projeto europeu ‘SCREEN – Space Cognitive Radio for Electromagnetic Environment Management’ recorreu a tecnologias já existentes e usadas em comunicações terrestres e ao conceito de radiocomunicações cognitivas para melhorar as comunicações no espaço.
No projeto estiveram a trabalhar em consórcio quatro entidades europeias, destas, duas são portuguesas, a TEKEVER, através da sua divisão dedicada ao Aerospace, Defense and Security e o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).
O projeto teve um financiamento de um milhão de euros da Comissão Europeia através do Programa Horizonte 2020, e consistiu em melhorar as comunicações entre satélites e dos satélites para a Terra, diminuindo as interferências existentes, dado que as missões no espaço têm requisitos críticos em termos de comunicação e as plataformas precisam interagir de forma permanente para coordenar as ações.
Um dos fatores considerado no projeto foi a utilização do espetro de comunicações disponível e para isso os investigadores recorreram à abordagem de radiocomunicações cognitivas.
As radiocomunicações cognitivas consistem em comunicações sem fios em que o transmissor, no momento da comunicação deteta de forma ‘inteligente’, quais os “canais que estão a ser utilizados e aqueles que não estão, permitindo instantaneamente ocupar os canais vagos”, indicou Luís Pessoa, investigador do Centro de Telecomunicações e Multimédia do INESC TEC, citado em comunicado.
Luís Pessoa indicou que a grande inovação do projeto foi a fase de implementação e teste das tecnologias. Tendo em conta os custos de lançamento elevados são ainda poucas as tecnologias que são testadas no Espaço, pelo que os testes foram feitos nos laboratórios do INESC TEC, considerando sinais interferentes típicos de comunicações em satélites.
Na fase de testes do projeto foram ‘utilizamos dois transceptores GAMALINK, uma plataforma da Tekever, e às comunicações foi adicionada uma “interferência previamente estabelecida para avaliar a capacidade do sistema se adaptar de forma automática”, explicou o investigador.
Atendendo à necessidade de maior número de comunicações, e dado que o espetro de radiofrequências é limitado, a abordagem a rádio cognitiva em comunicações espaciais é uma solução capaz de levar a grandes melhorias nas comunicações mas também permitir novas abordagens e uma nova geração de missões emergentes com base em múltiplos satélites.
A capacidade de um transceptor poder decidir de forma dinâmica e automática qual a largura de banda a usar, com base das comunicações em curso, permite oferecer um nível de flexibilidade, robustez e segurança nas comunicações que é extremamente valioso em qualquer área de aplicação.
No mercado de defesa, a capacidade dada pelas radiocomunicações cognitivas, fornece proteção contra a degradação do sinal num ambiente ou interferência deliberada, mas também leva a um menor consumo de energia, importante em alguns cenários.
Mas as radiocomunicações cognitivas vai mais longe para melhorar a qualidade das comunicações, ao poder fazer uso da capacidade de aprendizagem para identificar padrões de comportamento do espectro ou as necessidades dos utilizadores.
O projeto prevê a transferência de tecnologia para o mercado através da incorporação do módulo de rádio cognitivo, que neste caso irá feita com a passagem desta funcionalidade adicional para a gama de produtos GAMALINK, já comercializada pela Tekever, indicou o INESC TEC.
No âmbito do projeto o INESC TEC desenvolveu ainda um simulador de redes satélite, que se encontra acessível através de licença GPL em: https://github.com/Munich-Innovation-Labs/screen-visualization.