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Aplicação revolucionária criada a partir do Porto (Semanário Atlântico)
INESC TEC cria app que consegue perceber os gostos e hábitos dos utilizadores. Imagine que está em casa e o seu smartphone consegue dizer-lhe como são os seus hábitos e sugere o que fazer mediante isso. Uma aplicação inovadora do INESC TEC dá-lhe todas as respostas.
Investigadores do Porto criaram uma aplicação (app) para o sistema Android que assume os gostos do utilizador e os reúne num só espaço. O CAMR, assim foi baptizada a app, é uma ideia que nasceu no INESC TEC (Instituto de Engenharia e Sistemas de Computadores), integrada no âmbito do programa de investigação Media Arts and Technology.
E o que é o CAMR (Context-Aware personalized Multimedia Recommendations for Mobile users)? A professora Teresa Andrade, coordenadora do projeto, resume ao Semanário Atlântico as potencialidades desta aplicação revolucionária em poucas palavras. “Trata-se de uma aplicação que pode recomendar ao utilizador coisas que ele já fez no mesmo contexto em que a está a utilizar na altura da sua consulta e aconselhá-las”.
O CAMR tem capacidade, desta forma, de compilar as notícias que o consumidor mais aprecia, reunir as músicas mais condizentes com o seu gosto, juntar os filmes mais próximos do género favorito. Isto porque a app consegue obter o conhecimento do utilizador e decidir sobre os conteúdos a recomendar adaptados ao contexto de utilização, seja automaticamente, seja a pedido de quem a usa.
Quer isto dizer que se o leitor tiver a aplicação no seu smartphone e estiver, por exemplo, numa rua onde é habitual passar no dia-a-dia, é-lhe imediatamente sugerida toda uma panóplia de informação útil devidamente adaptada aos seus gostos. Estes foram sendo reunidos anteriormente pela app através do seu histórico de utilização.
“A CAMR tira partido dos sensores existentes nos dispositivos móveis, como o acelerómetro, orientação, GPS, luz ou som, para obter informação sobre o contexto de utilização e, assim, monitorizar os consumos do utilizador, construindo, de modo implícito, perfis de utilizador contextualizados”, explica Teresa Andrade.
A investigadora confia ter em mãos uma aplicação que jamais foi imaginada anteriormente, que poderá ter efeitos práticos concretos nunca antes vistos em quem por ela optar. “Não conheço produtos que que façam o mesmo que esta aplicação que estamos a desenvolver consegue fazer. Não há nada no mercado para o grande público como a CAMR”, assegura a investigadora do Instituto de Engenharia e Sistemas de Computadores.
Em 2018 o tráfego multimédia gerado a partir de dispositivos móveis e sem fios deverá ultrapassar o tráfego proveniente de dispositivos fixos. “Se a dificuldade em encontrar os conteúdos desejados de forma expedita é já grande hoje em dia, nesse futuro próximo será ainda maior, particularmente para os utilizadores móveis”, refere Teresa Andrade. A CAMR poderá ajudar a desbloquear as dificuldades mencionadas. Um passo rumo ao futuro com o Porto como ponto de origem.
Semanário Atlântico, 13 de março de 2015