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"Ajuda para fogos pode chegar de drone"

Projeto em desenvolvimento no INESC TEC, em parceria com a Tekever, pode vir a ser solução eficaz nos casos de interrupção de comunicações por terra em emergências, como aconteceu com o SIRESP

"Ajuda para fogos pode chegar de drone"

Rui Campos

 

A que se propõe o projeto WISE?

O projeto WISE está a desenvolver uma solução de comunicações sem fios baseada na utilização de drones como pontos de acesso "voadores". que vai permitir estabelecer, restabelecer e reforçar rapidamente comunicações em cenários de emergência, tais como incêndios ou cheias, quer para as equipas de emergência no terreno quer para as populações. A solução poderá também alargar temporariamente a cobertura a zonas remotas e permitir o acesso à Internet de banda larga em eventos temporários de grande dimensão, tais como festivais de verão ou manifestações. A utilização dos drones juntamente com a inteligência que lhes está associada vai permitir disponibilizar rapidamente comunicações sem fios de banda larga em cenários sem cobertura de rede ou em que haja necessidade de reforçar a capacidade da rede. Os drones serão capazes de identificar as zonas com falha de cobertura ou necessidade de reforço de capacidade dinamicamente, movendo-se em conformidade. 

Este sistema é inédito?

Não existe ainda nenhuma solução como esta disponível. O que existe é a instalação de estações-base móveis temporárias suportadas em camião ou furgão, como as que os operadores móveis e o SIRESP têm disponíveis. Isto faz com que haja uma flexibilidade de posicionamento reduzida, na medida em que se está limitado aos locais onde é possível circular e estacionar. Para além disso, estas estações assentam maioritariamente em ligações via satélite com custos elevados e limitações de largura de banda ("velocidade de comunicação").

Seria eficaz nos casos de interrupção de comunicações por terra em emergência, como aconteceu este verão com o SIRESP?

Sim. Com esta solução poderia ter sido possível repor e reforçar as comunicações na área de intervenção de forma mais ágil e rápida, posicionando a rede de drones de acordo com as necessidades das equipas de intervenção. A adaptação rápida do posicionamento dos drones em função da dinâmica das operações de emergência, incluindo movimentação geográfica das equipas operacionais, seria outra vantagem da solução.

Que diferença podia fazer num cenário como o de Pedrógão Grande?

Se esta solução estivesse disponível, penso que poderia ter sobretudo impacto na rapidez de reposição das comunicações e no reforço da capacidade da rede. Nesse sentido, poderia evitar os atrasos e falhas que alegadamente ocorreram, de acordo com a informação que veio a público

Há vantagens em termos financeiros?

A utilização de drones tem como objetivo a redução do custo de investimento, operacional e de manutenção, face à utilização das atuais estações base móveis suportadas em camião ou furgão.

RUI CAMPOS | Investigador Responsável pela área de redes sem fios do Centro de Telecomunicações e Multimedia do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores Tecnologia e Ciência (INESC TEC), onde está sediada a equipa coordenadora do projeto WISE. Uma solução que poderá ter aplicação prática a médio, longo prazo, prevendo-se que o protótipo funcional esteja concluído no início de 2019.

Jornal de Notícias, 22 de outubro de 2017

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