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Viana recebe em setembro campeonato do mundo de veleiros robóticos (Rádio Alto Minho)
O rio Lima, na frente ribeirinha de Viana do Castelo vai ser palco em setembro do campeonato do mundo de veleiros robóticos de nove países. O evento pretendemostrar as potencialidades desta tecnologia na monitorização dos oceanos.
“Podem ter aplicação na monitorização oceânica, marinha ou ambiental, na vigilância e segurança da fronteira marítima, e na recolha de dados oceanográficos”, afirmou o investigador do Centro de Robótica e Sistema Autónomos do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), José Carlos Alves.
De acordo com aquele docente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), os veleiros robóticos “são embarcações semelhantes aos barcos telecomandados em que a diferença reside no facto de terem capacidade de navegação autónoma, controlada por um computador interno programado para cumprir determinada missão”.“São embarcações pequenas, que podem ter entre um metro a 2,5 metros de comprimento, que usam como propulsão exclusivamente a força do vento. São capazes de permanecer no mar durante um período estendido de tempo, que pode variar entre as várias semanas a meses”, explicou José Carlos Alves.
A tecnologia desenvolvida a nível mundial há mais de uma década vai “invadir” as águas do rio Lima, em setembro, no Campeonato do Mundo de Veleiros Robóticos (World Robotic Sailing Championship – WRSC) 2016, organizado pela FEUP e INESC TEC.
A prova, onde vão participar 10 veleiros robóticos, vai decorrer na frente ribeirinha da cidade que, afirmou aquele investigador, “tem condições excecionais e únicas” para a realização do campeonato.
“Para além de um enquadramento ímpar do plano de água no rio Lima, com uma visibilidade excelente desde a marginal da cidade, é de realçar o enorme empenho com que a Câmara de Viana do Castelo abraçou este projeto e que será certamente mais um sucesso a somar àquilo que a cidade tem feito na promoção das atividades náuticas e da economia do mar na região”, frisou José Carlos Alves.
A prova vai decorrer entre 05 e 10 de setembro com “veleiros 100% autónomos e equipados com aplicações inovadoras” e cerca de 50 participantes de Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Finlândia, Estados Unidos da América, Japão, Nova Zelândia e China.
Portugal vai estar representado por três grupos da Universidade Nova de Lisboa, Escola Naval da Marinha/CINAV e FEUP/INESC TEC.
“Em Portugal fomos pioneiros nesta área. Em 2008 desenvolvemos uma embarcação que tem participado nestas competições que têm como objetivo proporcionar a discussão de conhecimentos e pôr à prova os veleiros, avaliando o seu desempenho em manobras de navegação à vela”, sustentou o investigador.
Neste campeonato, os organizadores da prova, FEUP e INESC TEC, vão ainda participar com o veleiro FAST, que já venceu este campeonato em 2012, em Cardiff, no País de Gales.
Trata-se de “uma embarcação autónoma e não tripulada que conta com um pequeno computador, responsável por fazer com que veleje autonomamente, e com pequenos motores elétricos para manobrar o leme e orientar as velas”.
Já “a energia elétrica é assegurada por um painel solar e armazenada em baterias que possibilitam a operação do veleiro durante longos períodos de tempo”.
Além das provas, o programa do campeonato mundial inclui, no dia 10 de setembro, uma conferência com apresentação de trabalhos científicos sobre embarcações à vela robóticas.