A cidade de Viana do Castelo está a ser palco de mais um grande evento internacional de desporto náutico. Desta feita, decorre na capital do Alto Minho o Campeonato do Mundo de Veleiros Robóticos (World Robotic Sailing Championship - WRSC) 2016. Para assinalar a abertura oficial da competição, o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa, recebeu ontem os cerca de sessenta participantes que prometem animar a prova até ao próximo sábado. Na sessão de abertura, estiveram presentes participantes da China, Espanha, Estados Unidos da Amércia, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Japão, Nova Zelândia e Portugal.

O Campeonato do Mundo de Veleiros Robóticos (World Robotic Sailing Championship) WRSC 2016 trata-se de uma iniciativa da responsabilidade da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), com o apoio da Câmara Municipal que traz à cidade veleiros cem por cento autónomos, equipados com aplicações inovadoras na área da robótica e que podem ir até quatro metros de comprimento usando como propulsão exclusivamente a força do vento.

A competição já começou em Viana do Castelo e até esta sexta-feira vão ser realizadas as várias provas do campeonato. Depois no sábado, realiza-se uma conferência com apresentação de trabalhos científicos sobre embarcações à vela robóticas.

Portugal está representado por três grupos nesta competição – Universidade Nova de Lisboa, Escola Naval da Marinha e FEUP/INESC TEC.

A equipa portuguesa e organizadadora deste campeonato, FEUP/INESC TEC, está a participar com o veleiro  FAST,  que já venceu este campeonato em 2012, em Cardiff, no País de Gales. 

Com capacidade para velejar de forma autónoma, o veleiro FAST é uma embarcação autónoma e não tripulada, que conta com um pequeno computador, responsável por fazer com que este veleje autonomamente, e com pequenos motores elétricos para manobrar o leme e orientar as velas. Já a energia elétrica é assegurada por um painel solar e armazenada em baterias que possibilitam a operação do veleiro durante longos períodos de tempo. Para a realização de ensaios no mar e monitorização em tempo real dos parâmetros de navegação, existe uma ligação de rede WiFi e um rádio-comando convencional, podendo ainda ser equipado com um sistema de comunicações via satélite.  O veleiro foi construído em materiais compósitos, contando com o apoio de um conceituado construtor de kayaks de competição, situado na região de Crestuma: a Nelo.

Correio do Minho, 8 de setembro de 2016