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Robô vai explorar mina da Urgeiriça até 2018 (Diário de Viseu)

Teste irá realizar-se em 2018 no âmbito de um projecto europeu de robótica.

Portugal vai participar num projecto europeu de exploração robótica de minas inactivas e parcialmente submersas, que irá testar, em Junho de 2018, um robô, por si construído, na mina de urânio da Urgeiriça, em Nelas.

A participação portuguesa incide na construção de três protótipos de robôs, a cargo de uma equipa do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), no Porto.

Os modelos irão ser testados durante um ano, de Março de 2018 a Abril de 2019, em quatro minas: Urgeiriça (Portugal), Kaatiala (Finlândia), Idrija (Eslovénia) e Deep Ecton (Reino Unido).

O projecto, de nome Unexmin, que tem um custo de cinco milhões de euros, é totalmente suportado por fundos comunitários do programa Horizonte 2020, para a ciência e inovação, e envolve, além de Portugal, a participação de mais seis países: Espanha, França, Reino Unido, Eslovénia, Hungria e Finlândia.

O investigador do Centro de Robótica e Sistemas Autónomos do INESC TEC José Miguel Almeida explicou à Lusa que o explorador robótico UX-1 permitirá obter, com menos riscos de segurança, do que seriam para mergulhadores humanos, os dados necessários sobre o estado das minas, algumas delas centenas de metros debaixo de água. Os 'mergulhadores' robóticos terão formas esféricas, para não ficarem presos a estruturas como redes e arames, um tamanho variável entre 60 e 80 centímetros, para potenciar ao máximo a sua capacidade de exploração de espaços confinados, e tecnologia que lhes permita percorrer, autonomamente, trajectos de cinco a dez quilómetros, no mínimo, por mergulho, e descer a profundidades grandes, até 500 metros.

Na prática, os robôs vão estar por sua conta, mapear o interior das minas, contornar obstáculos, tomar decisões, como voltar para trás quando não é possível prosseguir no trajecto, por falta de energia. No exterior, os investigadores vão tendo informação básica, como a noção da profundidade e da extensão do percurso feito, em cada mergulho, ou se os robôs detectaram algum obstáculo.

Como o acesso dos robôs às minas não é controlado remotamente, terá de ser estudado um sistema, com uma espécie de guincho e doca, que possibilite lançar e recolher, os engenhos. Justificando a relevância do projecto, José Miguel Almeida assinalou que “a União Europeia está preocupada com a dependência” do exterior, para obter matérias-primas fundamentais para a indústria, e “em como explorar recursos que detém”.

O investigador e professor do Instituto Superior de Engenharia do Porto lembrou que as minas, quando foram fechadas, “não eram economicamente viáveis”, mas “a maior parte delas tem matéria-prima bastante elevada”. Com a actual “situação do mercado”, podem voltar a “ser economicamente viáveis”, frisou.

O primeiro robô vai ser validado, em Março de 2018, na mina de quartzo de Kaatiala, na Finlândia, o cenário, dos quatro a testar, “mais simples”, onde a profundidade de mergulho será menor e, por isso, onde é possível recuperar mais facilmente o aparelho.

Segue-se, em Junho de 2018, a mina da Urgeiriça e, em Outubro de 2018, a mina de mercúrio de Idrija, na Eslovénia, de grandes dimensões e com “dezenas de quilómetros de túneis inundados”, onde vai ser usado um segundo robô. A mina de Idrija chegou a ser a segunda maior produtora de mercúrio do mundo e é hoje Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Finalmente, em Abril de 2019, será utilizado o terceiro robô, na mina de cobre Deep Ecton, considerada a maior produtora de cobre no século XVIII e a mais profunda do Reino Unido, mas inactiva desde o final do século XIX. O desenho e a construção dos componentes dos robôs, nomeadamente os sensores, a fazer entre 2016 e 2017, serão adaptados à complexidade das minas a explorar.

Ao todo, participam no projecto Unexmin 13 entidades, incluindo, de Portugal, o INESC TEC e as empresas de exploração e recuperação mineira Geoplano e EDM.

Diário de Viseu, 4 de março de 2016

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