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O MarinEyE quer monitorizar os oceanos para poupar recursos (Porto 24)
O MarinEye, um protótipo multitrófico para monitorização oceânica, está a ser desenvolvido pelo Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) em parceria com mais três instituições.
O CIIMAR conta com o apoio, neste projeto, do INESC TEC, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e Centro de Ciências do Mar e do Ambiente – Politécnico de Leiria (MARE – IP Leiria).
Os vários grupos de investigação formados a partir de académicos dos vários centros procuram agora criar um protótipo que possa reunir e fornecer informações que permitem “identificar alterações na biodiversidade”, refere o INESC TEC em comunicado.
O sistema funcionará de forma autónoma e serve fundamentalmente para notar o impacto e a mutabilidade do clima e detetar anomalias ambientais. No fim de contas, levará a “uma gestão mais sustentável dos recursos marinhos e a uma redução dos impactos de riscos ambientais”.
Citada em comunicado, a coordenadora do projeto e investigadora do CIIMAR, Catarina Magalhães, explica que o projeto responde a uma necessidade “imperativa” de adquirir mais conhecimento, e cada vez mais profundo, “sobre os oceanos, e saibamos como é que os organismos marinhos interagem com o meio e entre si”, para que se possa aferir “como influenciam a estabilidade global dos oceanos”.
O MarinEye tem data prevista de arranque em 2017 e está a ser financiado pelo programa EEA Grants em mais de 400 mil euros. O primeiro protótipo será um sistema de multisensores que medirá parâmetros como a temperatura, a salinidade, o oxigénio dissolvido ou o pH, entre outros. Este sistema terá incorporada uma “plataforma de sensores óticos que vai ser validada para medição de dióxido de carbono dissolvido”, adianta o comunicado.
O segundo módulo é um sistema de filtragem autónomo, que permite reter e preservar o ADN de diferentes classes de entre os microrganismos que “habitam e representam a maior biomassa dos oceanos”.
Um terceiro projeto prende-se com um sistema de imagem de alta resolução direcionado para a recolha de imagens de fitoplâncton e zooplâncton, “para avaliar a sua abundância e biodiversidade”.
O último protótipo permite recolher dados hidroacústicos para estimar o número de peixes numa zona delimitada do oceano e determinar a presença de mamíferos marinhos.
Os vários módulos serão agregados num só protótipo: o MarinEye, que terá todo o alcance descrito para poder reunir e relacionar os dados de vários tipos de análises diferentes.
“O tipo e a quantidade de informação que o MarinEye vai possibilitar aceder poderá ser uma base para a construção de um sistema de gestão dos recursos marinhos mais eficiente”, refere o coordenador do Centro de Robótica e Sistemas Autónomos do INESC TEC, Eduardo Silva.