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Migração da solha-das-pedras pode ajudar à sua conservação (Tech ITT)

O projeto MYTAG é coordenado pelo Cento de Ecologia Funcional (CFE), de Coimbra, e conta com a parceria do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), da Universidade do Porto, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), do Porto, e do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), da Universidade de Lisboa.

De acordo com o coordenador do projeto, Filipe Martinho, é interessante estudar esta espécie visto que, conforme o seu ciclo de vida (larva, juvenil ou adulto), faz migrações entre ambientes diferentes (rio, estuário, mar), conseguindo desenvolver-se em condições muito distintas.

Através deste estudo, é possível compreender as ligações entre os vários estados de desenvolvimento da solha e revelar a plasticidade das suas estratégias migratórias, com recurso à utilização de marcas naturais e artificiais.

Segundo um comunicado do CIIMAR, durante dois anos, a sua equipa vai monitorizar o estuário do rio Douro, enquanto os investigadores do CFE monitorizam o estuário do rio Mondego, com vista à recolha de larvas, juvenis e indivíduos adultos de solha-das-pedras.

A colocação de marcas artificiais nos peixes, feita pelos investigadores do INESC TEC, vai incluir marcas externas (para um ensaio de captura-e-recaptura) e marcas acústicas (seguidas por veículos robóticos não tripulados), que permitem avaliar os padrões de utilização do habitat estuarino e as migrações reprodutivas ao longo da costa.

As migrações das solhas ao longo do seu ciclo de vida vão ser assim reconstruídas com base nos resultados obtidos e através da análise de marcas naturais, como a composição química dos otólitos e o desenvolvimento das gónadas e hormonas sexuais presentes nos indivíduos adultos, realizada pelos investigadores do CFE, CIIMAR e MARE.

“Uma abordagem multifacetada, que combina marcas naturais e artificias, pode melhorar a eficácia das estratégias de gestão e conservação desta espécie de solhas, sendo, simultaneamente, uma excelente oportunidade para o desenvolvimento de novas tecnológicas de ponta” refere a investigadora líder do projeto no CIIMAR, Sandra Ramos.

A migração dos peixes “é uma questão fundamental em biologia marinha, despoletando ainda desafios científicos e tecnológicos” e a “reconstrução das vias migratórias ao longo do desenvolvimento ontogénico dos peixes reveste-se de elevada importância, pois estas determinam a dinâmica populacional das espécies, padrões de colonização de habitats e resiliência às capturas”, lê-se ainda na nota informativa.

Neste momento o projeto esta na fase inicial, na amostragem de solhas (larvas, juvenis, e adultos) em laboratórios no CIIMAR e no CFE.

O MYTAG, que tem a duração de três anos e conta com a participação de cerca de 17 profissionais, é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e comparticipado pelo Fundo Comunitário Europeu FEDER.

Tech ITT, 3 de fevereiro de 2017

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