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Investigadores do Porto exploram recursos do mar profundo para aplicar na indústria (Viva!Porto)
Investigadores do Porto estão a desenvolver ferramentas tecnológicas para explorar de forma sustentável os recursos vivos em locais pouco conhecidos do mar profundo, podendo estes servir para criar soluções na área biomédica e industrial.
"O mar profundo contém uma vasta
reserva de recursos, tanto de origem mineral como biológica, com um
vasto potencial. No entanto, muitos desses recursos estão localizados em
ecossistemas sensÃveis, que são mal estudados e compreendidos",
explicou o coordenador do projeto e investigador do Centro
Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do
Porto (CIIMAR), Filipe Castro.
Em declarações à Lusa, o especialista indicou que, para além dos
recursos vivos, podem também ser explorados os minerais e os metais,
como o cobre e o nÃquel, por exemplo, elementos que, defende, necessitam
de ser "mapeados e quantificados".
Com o lema "Conhecer para
intervir", o projeto CORAL resulta de uma parceria entre o CIIMAR e o
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência
(INESC TEC).
A "Bluetools"
Uma das linhas de
investigação do CORAL é a "Bluetools", na qual estão a ser criadas as
tecnologias capazes de monitorizar e explorar o solo dos fundos
marinhos, lidando com as particularidades deste ambiente, como a
profundidade, a ausência de luz e a distância ao continente.
"Estas
novas soluções" serão "combinadas com o desenvolvimento de diretivas,
métodos de avaliação de risco e impacto e recomendações para uma futura
exploração mineira dos recursos não vivos de profundidade na União
Europeia", referiu o coordenador do Centro de Robótica e Sistemas
Autónomos do INESC TEC e docente no Instituto Superior de Engenharia do
Porto (ISEP), Eduardo Silva, outro dos responsáveis pelo projeto.
A "BlueSensors"
A
segunda linha de investigação, "BlueSensors", é focada no
desenvolvimento de sensores com tecnologia fotónica, que tem por base a
utilização da luz e do seu espectro.
Esses sensores vão permitir compreender a evolução da qualidade da água, avaliar o impacto da biodiversidade, da integridade dos navios e das infraestruturas marinhas, sendo estas condições, para os investigadores, "fundamentais" para uma "gestão eficiente e sustentável" da exploração dos recursos marinhos.
Embora já existam ferramentas que explorem o mar, Filipe Castro acredita que com a criação desta equipa multi e interdisciplinar, unindo os conhecimentos do INESCTEC e do CIIMAR, vão conseguir obter resultados "muitÃssimo mais inovadores e disruptivos".
Para os especialistas, o desafio deste projeto passa por "conseguir reunir todos estes requisitos numa tecnologia que permita monitorizar em tempo real parâmetros fÃsicos, quÃmicos e biológicos, num sistema complexo como é o mar".
O CORAL, que tem a duração de três anos, é financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte (NORTE2020), através Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).