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INESC TEC representa Portugal em concurso europeu (P24)

Competição europeia simula cenários catastróficos para testar capacidades de resgate.

O INESC TEC representará Portugal na maior competição de robótica da Europa, o Eurathlon, através de uma equipa multinacional ligada ao projeto ICARUS, que visa criar soluções robóticas para auxiliar equipas de resgate em situações de catástrofe. A participação portuguesa arrancou ontem, quinta-feira, e mantém-se até dia 25 de setembro, em Itália. Para Aníbal Matos, investigador do INESC TEC e docente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a participação no Eurathlon, a primeira do ICARUS num concurso, permite à equipa “comprovar, mais uma vez, que o que se fez no projeto representa desenvolvimentos relevantes para a sociedade em geral”. “Obviamente fazer um bom resultado também será excelente, mas o importante é mais esta validação”, comenta ao P24.

Cenários de crise

O Eurathlon, a maior competição de robótica a nível europeu, está a decorrer na cidade italiana de Livorno. Dezoito equipas oriundas de 21 países vão participar, elevando para 150 o total de participantes, com 40 robôs em ação num cenário inspirado em acidentes como o que assolou, em 2011, Fukushima, no Japão. O objetivo é testar o comportamento dos robôs em cenários simulados onde uma resposta urgente seja necessária.

“Prende-se com a busca de possíveis vítimas em cenários onde o homem não pode entrar. Em Fukushima, tratava-se do perigo de radiação, por exemplo”, refere Aníbal Matos. O facto de o concurso apostar numa atuação dos protótipos nos campos marítimo e terrestre é inovador. Segundo o investigador do INESC, responsável pelo ICARUS, esta modalidade é mesmo “inédita a nível internacional”, uma vez que nunca foi posta à prova a coordenação e cooperação entre mar e terra. O projeto terá a única equipa na qual estão envolvidos portugueses.

Busca e salvamento

O ICARUS (nome abreviado de Integrated Components for Assisted Rescue and Unmanned Search Operations, inglês para componentes integradas para assistência a operações de busca e salvamento) arrancou em 2012 e representa um investimento de 17 milhões de euros (financiado no âmbito do 7.º Programa Quadro da União Europeia) num projeto que reúne 24 parceiros de nove países – Portugal, Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Suíça, Itália, Áustria e Polónia.

A data prevista de conclusão do projeto é janeiro de 2016. Os trabalhos visaram criar ferramentas robóticas que pudessem auxiliar equipas de resgate em operações de busca e salvamento tanto no mar como em terra. Os robôs são autónomos e chegam onde os humanos não podem chegar, seja pelas condições do local ou pela geomorfologia do espaço.

Segundo Aníbal Matos, a “subequipa criada dentro do projeto para participar no concurso” terá uma missão diferente daquela a que estão habituados, uma vez que o ICARUS “é mais direcionado a cenários de catástrofe, como o que aconteceu com o Costa Concordia, por exemplo”. Ainda assim, o trabalho levado a cabo pela equipa faz com que seja possível adaptar as soluções robóticas criadas no projeto, que agora terá de enfrentar desafios como “a análise de danos que um dado edifício sofreu ou a pesquisa de possíveis vítimas, ou ainda a perceção, análise e atuação num cenário de derramamento de materiais para o mar”.

P24, 18 de setembro de 2015

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