A escola dos Pritzker - considerados os Nobel da Arquitetura - Álvaro Siza Vieira (1992) e Eduardo Souto Moura (2011) – quer agora ser reconhecida também pela investigação aplicada para as empresas.

Pelas antigas instalações do Colégio Almeida Garrett, que os investigadores ocupam desde Junho, já passou um painel de cortiça com textura ondulada e efeitos de iluminação que a Amorim Isolamentos vendeu em dezembro para a Coreia do Sul.

O coordenador do LFD, José Pedro Sousa, contou ainda ao Negócios que estão a investigar e demonstrar novas aplicações para os tijolos da Cerâmica Vale da Gândara e os aglomerados de madeira da Valbopan.

Estes serviços contratados pelas empresas industriais são a maior garantia de sobrevivência futura do projeto, desenvolvido em parceria com o INESC TEC, cujo arranque foi financiado em 200 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A maior fatia do investimento foi para a compra de um braço robótico, usado originalmente na indústria automóvel e pioneiro em Portugal, que permite produzir e testar protótipos em escala 1:1 e até a produção de componentes finais de construção em vários materiais.

No laboratório, que conta também com uma impressora 3D, trabalham cinco investigadores fixos - incluindo uma espanhola e um indiano, visando a internacionalização - e sete mestrandos e doutorandos.

Carlos Guimarães, o diretor da faculdade, fala num “passo significativo no alargamento do que é o entendimento tradicional da própria arquitetura e da sua investigação”, pois criam “coisas menos comuns” em design de produto, na reconfiguração de materiais ou nas novas tecnologias construtivas.

Jornal de Negócios, 11 de março de 2015