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Procura de veÃculos eléctricos "tem crescido bastante em Portugal" (Jornal de Negócios)
O professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) Rui Esteves Araújo considera que a procura de veÃculos elétricos tem crescido bastante em Portugal, apesar da escassez de pontos de abastecimento.
Rui Esteves Araújo, também investigador do Instituto de Engenharia de
Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), falava à Lusa
a propósito do Salão do Automóvel HÃbrido e Eléctrico - Salão da
Mobilidade Sustentável, evento que começa hoje na Alfândega do Porto e
que se prolonga até domingo.
Neste evento, que inclui exposições,
seminários e testes de condução, participam fabricantes, que pretendem
mostrar a oferta existente no mercado e juntam especialistas de
diferentes áreas, que falarão sobre o potencial da mobilidade eléctrica.
O
professor da FEUP é um dos oradores da sessão "VeÃculos eléctricos, o
futuro chegou!", na qual tenciona esclarecer as dúvidas do público sobre
a mobilidade e os veÃculos eléctricos e hÃbridos, que têm
aspectos "bastante positivos" e que, a longo prazo, "vão contribuir para
um maior conforto, principalmente na vida das pessoas que vivem nas
grandes cidades".
"Há uns anos as pessoas pouco acreditavam que a
electrificação que está a acontecer hoje em dia iria ter sucesso, no
entanto esta já se está a materializar", afirmou, acrescentando que é
preciso "desmistificar" o receio das pessoas em relação a este tipo de
veÃculo, nomeadamente quanto à sua autonomia e ao custo das baterias.
Para
Rui Esteves Araújo, os veÃculos eléctricos permitem o acesso a um maior
conforto por parte dos utilizadores, uma maior eficiência e eficácia na
gestão do tempo e um menor impacto ambiental, caso a sua utilização
seja encarada de forma integrada e colectiva.
"Embora tenham um
custo inicial mais elevado que os carros tradicionais, se o utilizador
fizer uma quilometragem razoável por ano, e tendo em consideração o
preço da electricidade em Portugal, pode haver ganhos significativos com
o veiculo eléctrico", afirmou.
Na sua opinião, o aumento da
procura destes veÃculos pode levar ao aparecimento de empresas
especializadas que façam adaptações nas habitações, permitindo ao
proprietário "acomodar o seu carro e carregá-lo em casa".
Questionado
sobre as reservas de lÃtio existentes a nÃvel nacional, mineral que faz
parte da base das baterias dos veÃculos eléctricos, o investigador
indicou que o ideal seria extraÃ-lo e acrescentar-lhe valor, para ser
utilizado no paÃs.
"Não nos devÃamos limitar só a extrair a parte
da matéria prima principal e exportá-la, para não cairmos numa situação
em que passamos a parte mais interessante e valiosa a outros",
reforçou.
Rui Esteves Araújo acredita que, dessa forma, seria
possÃvel dar ao paÃs a oportunidade de ver o desenvolvimento tecnológico
produzido nas universidades ser transportado para a indústria e, assim,
capitalizar e potenciar ao máximo esse recurso.