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Oportunidades do autoconsumo em debate numa conferência da APESF
O potencial da produção em autoconsumo foi evidente por existir uma aposta nas energias renováveis e nos recursos endógenos de uma forma custo-eficiência, contribuindo para a sustentabilidade do Sistema Elétrico Nacional e também para uma democratização da produção de eletricidade.
Portugal pode, e já é, uma referência no aproveitamento das energias renováveis, conclusões retiradas na Conferência sobre Geração Fotovoltaica DistribuÃda, promovida pela APESF – Associação Portuguesa das Empresas do Sector Fotovoltaico, e que decorreu a 29 de janeiro no Centro de Congressos de Lisboa. Carlos Sampaio, da APESF, atestou que um dos desafios do Decreto-Lei para o autoconsumo é a alteração entre o conceito de projeto financeiro para medida de eficiência energética. Destacou ainda a democratização da produção de energia e a fixação do preço da mesma, além dos projetos autossustentáveis e do sistema modular, ou seja, uma instalação flexÃvel segundo as necessidades de cada consumidor.
João Carlos Mateus, da PCTA – Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo, destacou as tecnologias existentes para o autoconsumo defendendo a necessidade de uma urgente aposta e inovação nas tecnologias energéticas, dando alguns exemplos de avanços tecnológicos já garantidos: utilização do vento para bombear água nas barragens, a MOBI.E – Soluções Integradas para a Mobilidade Elétrica, tecnologia das ondas em estudo, o INOVGRID – redes inteligentes para uma distribuição e consumo eficiente.
Manuel Matos do INESC TEC & FEUP abordou as smart grids, ou o autoconsumo na rede elétrica, através das duas estratégias de controlo possÃveis: controlo local que garante o controlo dos perfis de tensão das redes de Baixa Tensão com informação recolhida no nó da instalação de cada unidade de microgeração; e o controlo coordenado que é um esquema de controlo descentralizado e hierárquico que explora a arquitetura de comunicações e as possibilidades de controlo disponÃveis para o smart-metering para abordar o problema da Média Tensão e da Baixa Tensão, garantindo assim uma operação coordenada de todos os dispositivos. A DGEG, representada pelo Diretor Carlos Almeida e por Carlos Magno explanaram, de forma detalhada, o conteúdo do Decreto-Lei sobre produção distribuÃda dissipando muitas das dúvidas existentes à data.
Artur Trindade, Secretário de Estado da Energia, defendeu uma contÃnua aposta nas energias renováveis apesar de assentar num paradigma que assegure a sustentabilidade do Sistema Elétrico Nacional (SEN) e que promova o equilÃbrio entre a competitividade, a segurança do abastecimento (com 60% da eletricidade consumida em Portugal a ser gerada por fontes de energia renovável) e a sustentabilidade ambiental. Relembrou os objetivos da revisão do regime de produção distribuÃda: dinamizar a atividade de produção distribuÃda, existência de novas instalações de produção distribuÃda dimensionadas consoante as necessidades, injetar os excedentes na RESP e simplificar os modelos de mini e microprodução. Explicou como funcionam os dois modelos disponÃveis modelos do Regime de Produção DistribuÃda, Autoconsumo e Pequena Produção e o que os caracteriza. No autoconsumo, a Unidade de Produção (UPAC) produz para satisfazer as necessidades de consumo e os excedentes de produção podem ser injetados na RESP sem desperdÃcios, e assim há uma adequação correta da capacidade de produção do regime de consumo no local. No que diz respeito à Pequena Produção, a energia produzida é toda injetada na RESP e a tarifa é atribuÃda por leilão, e permite o acesso à atividade dos produtores com um perfil de consumo menos sazonal e/ou regular.