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A troika da sustentabilidade (Smart Cities)

Energia, água e cidades inteligentes foram os três grandes temas da Green Business Week - Semana Nacional para o Crescimento Verde. As últimas tendências nestas matérias em território português juntaram-se, em Lisboa, para três dias de exposição e debate sobre os imperativos da sustentabilidade.

Três dias, três temas debaixo do chapéu do crescimento sustentável. Assim decorreu, entre 3 e 5 de março, a Green Business Week (GBW) - Semana Nacional para o Crescimento Verde. Em exposição, no Centro de Congressos de Lisboa, estiveram soluções para o uso eficiente de energia e de água e a grande novidade para cidades inteligentes, acompanhadas por uma agenda preenchida com conferências, workshops e outras iniciativas.

Durante o evento, seis cidades portuguesas receberam uma atenção especial na edição-piloto do selo “A smart project for a smart city”, uma iniciativa, ainda em fase de teste, da Inteli cujo objetivo é promover as boas práticas de inteligência urbana. Águeda e Guimarães foram premiadas pelas suas ações na área da iluminação: Guimarães pelo “sistema de reguladores de fluxo luminoso”, que representa uma modernização das redes de iluminação pública, através de uma plataforma de telegestão, e Águeda, pelo portal web “SinGeLu”, que permite controlar um sistema de iluminação pública inteligente. Cascais, por seu turno, viu reconhecidos os esforços do “sistema de gestão de resíduos" da autarquia, cujo recurso a uma plataforma web simplifica operações. A simplificação é também palavra de ordem do projeto vencedor “NoPaper”, de Vila Nova de Gaia, cujo mérito está na desmaterialização de processos de licenciamento urbanístico, através de um ecossistema digital. Na área do ambiente, a Câmara Municipal de Matosinhos distinguiu-se pelo “sistema de gestão de informação ambiental”, responsável pela agregação e produção de dados para os indicadores de apoio à decisão da cidade. Já no que toca à mobilidade, o vencedor foi o “sistema integrado de gestão do estacionamento” de Torres Vedras. O lançamento oficial deste selo vai acontecer ainda este ano, com a abertura das candidaturas em junho, dirigidas a um leque mais vasto de entidades (empresas, cidadãos, cidades e universidades, entre outras), segundo a Inteli, que espera também fazer desta uma iniciativa internacional nos próximos anos.

A organização da GBW não quis deixar passar o certame sem fazer as suas próprias distinções de mérito, numa cerimónia que contou com o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, e com o presidente da Fundação AIP, Jorge Rocha de Matos. Na área das cidades inteligentes, o “Prémio Personalidade SmartCitiesLive” 2015 foi para Vitor Pereira, CEO da agência de comunicação Conteúdo Chave. No último ano, o especialista destacou-se com a organização do evento Smart Travel'14, que, em Dezembro, levou o debate sobre territórios e turismo inteligentes ao Nordeste Transmontano. Porém, Vítor Pereira conta já com uma experiência de mais de 20 anos na área da comunicação, como jornalista, editor, diretor e fundador de diversos projetos. O embaixador Gonçalo Santa Clara Gomes, nomeado em 2005 presidente da delegação portuguesa da Comissão internacional de Limites entre Portugal e Espanha, foi galardoado com o “Prémio Personalidade Acqualive”, enquanto o professor João Peças Lopes, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, recebeu o “Prémio Personalidade EnergyLive”. Os Prémios Green Business Week 2015 incluem também Distinções Inovação, que foram atribuidas às Universidades de Évora, Aveiro e Coimbra.

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O INESC TEC, o Instituto Pedro Nunes e o Instituto Superior Técnico também fazem parte desta lista, assim como o CEITA (Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel), a Startup Lisboa e o município de Águeda.

CONFERÊNCIA SMARTCITYLIVE

A encerrar a GBW, a conferência SrnartCityLive juntou, no mesmo palco, arquitetos, engenheiros, responsáveis municipais, representantes da construção e imobiliário e especialistas em temas urbanos e tecnologia para debater o caminho das cidades. Depois de um painel dedicado a empresas e soluções tecnológicas, coube a Catarina Selada, diretora da Unidade de Cidades da Inteli, esclarecer a audiência sobre as definições de smart cities, apontando algumas das tendências atuais, como o aparecimento de laboratórios de inovação urbana, a sociedade de partilha ou a fabricação própria. O desafio das cidades é reconhecido tanto por arquitetos e engenheiros, como pelo setor da construção e imobiliário. João Santa Rita (presidente da Ordem dos Arquitetos), Carlos Loureiro (vice-presidente da Ordem dos Engenheiros) e Hugo Santos Ferreira (secretário-geral da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários - APPII) apontaram as cidades inteligentes como uma área de elevada importância para as suas disciplinas.

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“A cidade é uma das maiores invenções do Homem”, disse João Santa Rita. “Reinventar as cidades e conseguir fixar as populações são os grandes desafios. (...) Mais do que uma entidade, as cidades são coisas físicas e devem ser encaradas como tal, em função dos seus cidadãos”, concluiu. Para o responsável da APPII, a “reabilitação urbana inteligente” é uma necessidade incontornável e uma “oportunidade única” para o país, face ao estado atual dos edifícios nacionais. Hugo Santos Ferreira apelou à concretização de uma estratégia global de dinamização da reabilitação urbana no seio das smart cities, capaz de atrair investimento privado, usando o investimento público como indutor.
Na discussão sobre as cidades, a mobilidade não pode ficar esquecida e, face à progressiva desatualização do modelo atual, o Instituto Pedro Nunes está a desenvolver uma plataforma inovadora.
A One.Stop.Transport foi apresentada por José Gouveia Leal e tem como objetivo a criação de aplicações para a mobilidade multimodal, numa lógica de abertura de dados. “Somos todos responsáveis por melhorar a mobilidade”, afirmou.

citação smart cities

Smart Cities, 1 de março de 2015

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