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A energia inteligente não é só nos campos do Euro (Expresso)
Fala-se de Europa e de energia no mês de junho e não é de futebol que se trata. Há novos demonstradores de redes elétricas inteligentes e Lisboa já tem um.
É possível nestes dias falar em Portugal, Espanha, Suécia e Polónia sem ter como motivo o campeonato europeu de futebol. Se nesta competição encontra-se muita energia à mistura, há uma razão pela qual estes quatro países estão todos no mesmo grupo sem estarem a concorrer pelo primeiro lugar. Chama-se UPGRID. Um investimento de €15,7 milhões vai permitir instalar até 2017 quatro demonstradores de redes elétricas inteligentes.
Em Portugal o demonstrador que vai monitorizar e controlar os gastos energéticos será instalado no Parque das Nações. Com apoio da EDP Distribuição, Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, Withus e NOS. E por ali vão passar os consumos de mais de 20 mil consumidores residenciais daquela junta de freguesia.
A ideia é que depois dos quatro demonstradores estarem a funcionar, se crie um sistema integrado e eficiente de forma a monitorizar e controlar as redes de média e baixa tensão. O grande trunfo das chamadas “smart grids”, vulgo redes inteligentes, é a antecipação de problemas, e neste caso é a possibilidade de incluir “os consumidores finais na operação”, explica Luís Seca, coordenador do Centro de Sistemas de Energia do INESC TEC.
É espectável que o impacto do UPGRID faça com que se tenham que introduzir “novas políticas regulatórias e de modelos de negócio que deverão diminuir os custos gerais de fornecimento do sistema, beneficiando os consumidores finais e fazendo com que estes participem num ambiente de mercado. Vai, também, ser efetuada uma avaliação do impacto social da solução, tendo em consideração questões sensíveis, como preocupações com a proteção de dados e a aceitação pública pelos cidadãos e outros stakeholders”.