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Vamos "falar sobre cancro" (TVI 24)
Criada plataforma na Internet para esclarecer dúvidas de doentes oncológicos
Um portal na Internet para troca de informações e experiências entre doentes oncológicos.
O novo portal “
FalarSobreCancro.org” tem
vindo a ser apresentado a todos os doentes do Instituto Português de
Oncologia do Porto - principal parceiro do projeto - e conta, de
momento, com cerca de 400 membros registados que partilham conteúdos
informativos através de artigos e comentários.
O IPO-Porto e investigadores do Instituto Politécnico do Cávado e
do Ave (IPCA), da Universidade do Minho e do INESC TEC são parceiros no
portal apresentado esta quinta-feira.
De acordo com Rui Oliveira, administrador do INESC TEC e docente da
Universidade do Minho que, com Nuno Martins, docente do IPCA, é
responsável pelo desenvolvimento do projeto, esta plataforma web é
pública, livre e gratuita e pretende ser “um meio privilegiado de
interação da comunidade oncológica”, nomeadamente doentes, familiares,
amigos, profissionais de saúde, investigadores e voluntários.
A rede FalarSobreCancro.org apresenta ainda o “Boletim Clínico”
gerido apenas pelo IPO-Porto e que integra conteúdos clínicos e
científicos que só podem ser publicados por profissionais de saúde
devidamente habilitados e cujo objetivo é exclusivamente informativo e
educativo.
Para aceder à rede basta fazer um registo. O utilizador pode,
depois de registado, verificar todos os membros que fazem parte da
comunidade, aceder à atividade de cada utilizador, interagir em grupos
temáticos (medicinas alternativas, cancro da mama, entre outros) e ainda
escolher quem pretendem ou não seguir.
“O cancro é a segunda maior causa de morte em Portugal e aquilo que
assistimos, cada vez mais, é a um aproveitamento enorme da dor e do
desespero do paciente por parte de terceiros, potenciado pela quantidade
de ‘desinformação’ que a Internet muitas vezes nos fornece”, disse Rui
Oliveira.
Com o “FalarSobreCancro.org”, “o que queremos é, por um lado, criar
uma rede de contacto entre pessoas que enfrentam a mesma luta e dar
acesso aos pacientes a profissionais de saúde que dissipem algumas
dúvidas e esclareçam a veracidade de algumas matérias”, explicou o
investigador.
O projeto nasceu no âmbito da tese de doutoramento de Nuno Martins
que estudou o trabalho de comunicação de cidadãos e instituições na luta
contra o cancro.
O trabalho atingiu uma nova fase de investigação com o
“FalarSobreCancro.org”, que passou a estar centrado no estudo de uma
solução prática que ajude a comunidade oncológica na luta contra a
doença.
O principal parceiro do projeto é o IPO-Porto que, com os seus
clínicos e doentes, está a desenvolver um trabalho cooperativo e
contínuo de estudo, teste e avaliação de soluções para esta plataforma
‘web’ que apoiem os cidadãos que se relacionam de forma direta ou
indireta com o cancro.
“Nesta rede social, através do Boletim Clínico, prestamos
informações científicas numa linguagem acessível a todos. Estabelecemos
assim mais um canal de comunicação com a comunidade oncológica,
acompanhando a evolução da comunicação digital”, explicou o presidente
do IPO/Porto, Laranja Pontes.
Com este projeto, “reforçamos a nossa prática de disponibilidade e
transparência junto do nosso público e contribuímos para uma população
cada vez mais esclarecida", acrescentou, segundo a Lusa.
Assunção Tavares, psiquiatra do Serviço de Psico-oncologia do
IPO-Porto, manifestou-se surpreendida com a adesão da comunidade:
“Estamos agradavelmente surpreendidos com a adesão e interação da
comunidade oncológica nesta primeira fase da plataforma que não para de
crescer e que está exigir cada vez maior participação dos nossos
profissionais, no âmbito do Boletim Clínico”.
Os conteúdos da responsabilidade do IPO-Porto na plataforma
restringem-se aqueles que são produzidos para o Boletim Clínico e
assinados pelos profissionais da instituição, prestando assim um serviço
de informação à população. Não é função desta Instituição monitorizar
ou mediar as publicações dos utilizadores da plataforma.