FalarSobreCancro.org é uma rede social que nasceu para troca de informações e experiências entre doentes oncológicos. O site é público, livre e gratuito, e um meio privilegiado de interação entre a comunidade oncológica: doentes, familiares, amigos, profissionais de saúde, investigadores e voluntários.

“O serviço procura mitigar o sofrimento de quem está envolvido na luta contra o cancro. E visa consegui-lo de várias formas. Uma é facilitando o acesso a informação e contrariar a desinformação – ‘na ausência de conhecimento, o medo preenche esse vazio’. Outra, é facilitando e promovendo o encontro e a simbiose entre as pessoas.”, começa por explicar Rui Oliveira, administrador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC). “Há nesta comunidade saber e experiência conjunto, muito para lá do clínico, inestimável para quem chega e para quem desespera”, continua.

A plataforma “não pretende ser um ‘consultório’ nem um veículo de promoção pessoal. Não se substitui nunca ao/aos profissional/ais de saúde que acompanham o doente, a quem, em primeiro lugar, se devem colocar todas as dúvidas, já que cada caso clínico é único. É, sobretudo, um espaço de partilha e de afetos, apoiado por uma retaguarda clínica e científica fidedigna”, faz questão de esclarecer Maria Assunção Tavares, médica psiquiatra IPO-Porto.

Para a especialista, “há um fenómeno muito interessante de acolhimento dos que vão chegando [à plataforma]. Uma mão-cheia de utilizadores de 1.ª hora desenvolvem uma interação muito ativa, bem-humorada, de integração e apoio quase constante aos que já estão e vão chegando”, explica. “De forma geral, tem superado as expetativas, o que leva a responsabilidades acrescidas para todos nós. Creio que é uma mais-valia fundamental na luta contra o cancro, desenvolvida e participada por aqueles que ‘estão no terreno’. Veio para ficar. Sinto-o na forma como os doentes e outros utilizadores se expressam”, conclui.

A plataforma FalarSobreCancro.org tem vindo a ser apresentado a todos os doentes do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) e conta, até ao momento, com mais de 2.000 utilizadores que partilham conteúdos informativos através de artigos e comentários.

Jornal Metro, 22 de fevereiro de 2016