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Ciência e inovação em 2014

O ano de 2014 foi um ano de início de novos ciclos para apoio a atividade de investigação e inovação: programas de financiamento europeus, nacionais e regionais assim como o processo de avaliação dos centros de investigação portugueses (que determina o financiamento atribuído).

OPINIÃO | Vasco Teixeira*

A Fundação para a Ciência e Tecnologia procedeu à avaliação dos centros de investigação, um processo com alguma polémica e alvo de muitas críticas, e cujos resultados foram divulgados em final do ano: 11 centros foram classificados com Excecional (a classificação mais elevada e introduzida neste processo de avaliação) e 52 com Excelente. Em conjunto, as avaliações destes 63 centros vão traduzir-se num financiamento de 47 milhões de euros por ano para despesas de funcionamento e atividades estratégicas de I&D.

O processo de avaliação mereceu muitas críticas de investigadores, diretores de centros de investigação e até dos reitores. Os 15 reitores do CRUP divulgaram uma posição consensual, tomada em Outubro (antes de serem conhecidos os resultados globais das avaliações), enviando uma carta do CRUP ao ministro da Educação e Ciência. Na carta a Nuno Crato afirmam que já não é mais possível dar o “benefício da dúvida” ao atual processo de avaliação. Ao longo do texto pode ler-se: “Apesar de ter sido chamada a atenção para inúmeros erros de avaliação, muitos inteiramente factuais, diversos painéis desculparam-se de diversas formas para não retirar daí consequências, mantendo avaliações inexplicáveis. A avaliação não presencial de unidades de investigação é, no nosso entendimento, um falhanço pleno. Este processo de avaliação não tem a necessária qualidade. É uma oportunidade perdida para uma política nacional de promoção do conhecimento avançado e está a resultar numa grave perda de confiança no sistema de avaliação, com a desconsideração quase total dos pareceres das universidades.” Em 2014 Carlos Moedas foi nomeado comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, uma pasta estratégica da Comissão Europeia. Carlos Moedas terá a seu cargo o Programa-Quadro de Financiamento para a Investigação e Inovação - Horizonte 2020, o maior programa de financiamento de ciência e inovação a nível mundial e o terceiro maior programa da UE, que iniciou em 2014 e decorre até 2020. Um dos objetivos para a sua pasta é o de procurar encontrar políticas que fomentem as PME a apostar na ciência e na inovação. Também aponta como sua prioridade a consolidação do Espaço Europeu da Investigação.

O Portugal 2020 enquadrará os fundos estruturais europeus da UE entre 2014 e 2020. Nos últimos dias de dezembro abriram as candidaturas para apoios a PME.

Muitos projetos foram desenvolvidos em 2014, mas importa referir um projeto de I&D de referência considerado de interesse estratégico nacional e que prevê um investimento de cerca de 19 milhões de euros até 2015. É entre a Bosch Car Multimedia Portugal e a Universidade do Minho e visa o desenvolvimento e produção do futuro conceito de mobilidade no setor automóvel.

Destacando alguns prémios e distinções para a Ciência e Inovação em 2014:

A invenção dos LED azuis valeu o prémio Nobel da Física de 2014 a 3 cientistas japoneses: Isamu Akasaki e Hiroshi Amano, da Universidade de Nagóia, no Japão, e Shuji Nakamura, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, nos EUA.

O Prémio Nobel da Química foi atribuído a Eric Betzig, do Instituto Médico Howard Hughes (EUA), Stefan Hell, do Instituto Max Planck (Alemanha), e a William Moerner, da Universidade de Stanford (EUA), pelo desenvolvimento da microscopia de super-resolução por fluorescência.

O Prémio António Champalimaud de Visão 2014 distinguiu um grupo de 7 cientistas de universidades americanas pelo seu papel no desenvolvimento de uma terapia eficaz para o tratamento de duas das principais causas de perda de visão e cegueira no mundo - a degenerescência macular relacionada com a idade e a retinopatia diabética.

Henrique Leitão doutorado em Física e professor da Universidade de Lisboa recebeu o Prémio Pessoa 2014, distinguindo-se na divulgação da história da ciência.

Pedro Raposo foi selecionado como o próximo curador do Planetário Adler, em Chicago, o mais importante planetário dos Estados Unidos da América.

O Programa Fulbright foi o vencedor do Prémio Príncipe de Astúrias de Cooperação Internacional 2014, reconhecendo as maisvalias do intercâmbio educacional e cultural, o aumento e fortalecimento de relações e entendimento mútuo entre os cidadãos do mundo. Rui Costa, investigador da Fundação Champalimaud, conquistou o Prémio Louis-Jeantet - Young Investigator Career Award que procura promover os melhores jovens talentos da Europa no domínio da investigação biomédica.

Rui Costa foi distinguido pelo seu trabalho no domínio das neurociências, em particular, sobre as dificuldades de aprendizagem.

Alexandre Madeira, investigador do HAS-Lab, centro de investigação da Universidade do Minho associado ao INESC TEC, foi o vencedor do Prémio Científico IBM Portugal, com a tese "Hibridização de Lógicas: uma abordagem genérica à reconfigurabilidade de software” defendida na UMinho.

O kit Blue Stain que permite diagnosticar precocemente o cancro e foi desenvolvido pela empresa Targetalent, venceu o 16º Prémio do Jovem Empreendedor atribuído pela ANJE. A ANJE distinguiu com a Menção Honrosa a Peekmed, que apresenta uma solução tecnológica para o planeamento e antevisão 3D da cirurgia ortopédica. A Peekmed foi fundada por 3 alunos do mestrado de informática médica da UMinho.

* Professor e Investigador na Universidade do Minho

Correio do Minho, 3 de janeiro de 2015

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