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Portugal desenvolve protótipo para monitorizar oceanos (Boas NotÃcias)
Investigadores portugueses estão a desenvolver um protótipo que vai monitorizar os oceanos, ajudando a gerir os recursos marinhos, além de prever mudanças na biodiversidade, impactos no clima e outros fenómenos ambientais.
O protótipo vem resolver o problema da viabilidade de estudar várias e
diferentes componentes do oceano: vai ser capaz de, em simultâneo,
monitorizar componentes fÃsicas, quÃmicas, bioquÃmicas e biológicas, mas
também os diferentes nÃveis alimentares de microrganismos e mamÃferos
marinhos.
O resultado é um sistema autónomo multitrófico,
capaz de fazer três coisas em simultâneo: monitorização dos oceanos,
gestão sustentável de recursos marinhos e redução de riscos ambientais.
"O tipo e a quantidade de informação que o MarinEye vai possibilitar
aceder poderá ser uma base para a construção de um sistema de gestão dos
recursos marinhos mais eficiente, assegurando assim a proteção deste
meio para as gerações presentes e futuras", explica, em comunicado,
Eduardo Silva, coordenador do Centro de Robótica e Sistemas Autónomos do
INESC TEC.
Planeta depende dos oceanos
Para Catarina Magalhães, investigadora do CIIMAR e coordenadora do
projeto, a importância deste trabalho é vital: "a vida do planeta está
dependente dos processos oceânicos, uma vez que são eles que produzem
grande parte do oxigénio disponÃvel na Terra, regulam o clima e fornecem
vários recursos vivos e não vivos, como alimentos, energia, transporte
ou medicamentos".
"Assim, torna-se imperativo que tenhamos um conhecimento cada vez mais
profundo dos nossos oceanos e saibamos como é que os organismos marinhos
interagem com o meio entre si, de modo a compreendermos como é que
estes processos influenciam a estabilidade global dos oceanos".
O MarinEye é uma iniciativa conjunta
entre o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental
(CIIMAR), que lidera o projeto, o Instituto de Engenharia de Sistemas e
Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), o Instituto Português do
Mar e da Atmosfera (IPMA) e o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente -
Politécnico de Leiria (MARE - IPLeiria).
O projeto termina em 2017 e é um dos programas financiados, em 400 mil euros, pelo programa europeu EEA Grants.
Sistema português vai ser 5-em-1
A plataforma assenta em quatro módulos diferentes: um sistema de
multissensores, um sistema de filtração autónomo, um sistema de imagem
de alta resolução e, por último, um sistema de acústica.
O sistema de multissensores vai reunir vários sensores diferentes. Terá
sensores fÃsico-quÃmicos, para medir parâmetros como a temperatura,
salinidade, oxigénio dissolvido e pH, entre outros. E uma plataforma de
sensores óticos para medição de dióxido de carbono dissolvido.
A missão do sistema de filtração autónomo será filtrar água já que foi
concebido para reter e preservar, no filtro, o DNA dos microrganismos.
Através do sistema de imagem vai ser possÃvel estudar a abundância e biodiversidade do fito e zooplâncton.
Por último, o sistema de acústica vai recolher dados hidroacústicos para
gerar informações sobre a presença de mamÃferos marinhos ou obter
estimativas sobre a abundância de peixes.
O sistema conta ainda com uma plataforma responsável por integrar e
analisar, através de um software próprio, todos os dados recolhidos
pelos multissensores.