Secções
  Entrada CTM Notícias & Eventos Nós na Imprensa MarinEye quer monitorizar os oceanos para promover a sustentabilidade (Mundo Português)
Acções do Documento

MarinEye quer monitorizar os oceanos para promover a sustentabilidade (Mundo Português)

Projeto desenvolvido por grupo de investigadores portugueses pretende monitorizar os diferentes componentes dos oceanos para perceber alterações na biodiversidade, impactos no clima e debater anomalias ambientais.

Um sistema que está a ser desenvolvido por um grupo de investigadores portugueses, é a próxima aposta para uma monitorização integrada dos oceanos, em busca de uma gestão sustentável dos recursos marinhos e impactos ambientais. O MarinEye pretende tornar possível a observação e análise dos vários componentes oceânicos (físicos, químicos, bioquímicos e biológicos) e diferentes níveis tróficos (desde microrganismos a mamíferos marinhos) de forma simultânea - algo que não era possível até então.

Destacando a importância do projeto, a investigadora do CIIMAR e coordenadora do projeto, Carina Magalhães relembrou que “a vida no planeta está dependente de processos oceânicos” e que, como tal “torna-se imperativo que tenhamos um conhecimento cada vez mais profundo dos nossos oceanos e saibamos como é que os organismos marinhos interagem com o meio e entre si, de modo a compreendermos como é que estes processos influenciam a estabilidade global dos oceanos”.

O projeto, que se prevê terminar em abril de 2017, é da responsabilidade de vários investigadores portugueses do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente - Politécnico de Leiria (MARE - IP Leiria) e inclui quatro módulos distintos que serão, posteriormente, incluídos num sistema integrado autónomo.

Enquanto o primeiro, composto por vários multisensores físico-químicos e óticos, analisará parâmetros como a temperatura, a salinidade ou a quantidade de dióxido de carbono dissolvido, o segundo terá como principal função filtrar e reter o DNA de diferentes classes de tamanho comunidades de microrganismos que habitam e representam a maior biomassa dos oceanos. Já o terceiro e quarto módulos, um sistema de captação de imagens de alta resolução e um sistema de acústica, respetivamente, pretendem recolher imagens de fito e zooplâncton, assim como dados hidroacústicos, para recolher informação relativa à presença de mamíferos.

O MarinEye incluirá, ainda, uma plataforma de integração dos dados gerados e um software específico que permitirá visualizar e sumarizá-los, criando uma sequência de modelos cujo objetivo é integrar e identificar inter-relações entre os diferentes parâmetros.

“O tipo e a quantidade de informação que o MarinEye vai possibilitar aceder, poderá ser uma base para a construção de um sistema de gestão dos recursos marinhos mais eficiente, assegurando assim a proteção deste meio para as gerações presentes e futuras”, concluiu Eduardo Silva, coordenador do Centro de Robótica e Sistemas Autónomos do INESC TEC.

Mundo Português, 11 de março de 2016

Próximos Eventos
Não foi publicado qualquer anúncio de evento.