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Investigadores portugueses estudam acesso à internet em alto mar (TVI 24)
Projeto está a ser desenvolvido em parceria com a noruega.
Investigadores portugueses e noruegueses
estão a desenvolver um projeto que visa tornar possível aceder à
internet no alto mar, em banda larga e com baixo custo, através de
tecnologia wi-fi e 4G, foi anunciado esta quarta-feira.
De acordo com um comunicado do Instituto de Sistemas e
Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), o projeto “BLUECOM+”
visa “facilitar atividades como a exploração de recursos minerais no
fundo oceânico, monitorização ambiental ou atividades mais tradicionais
como a pesca ou o transporte marítimo, que exigem cada vez mais o acesso
a comunicações no mar, de modo a ligar pessoas e sistemas à internet”.
Este projeto, que envolve o INESC TEC, o Instituto Português do Mar
e da Atmosfera (IPMA) e a MARLO AS (parceiro norueguês) “baseia-se na
utilização de balões de hélio ancorados por exemplo em boias,
embarcações ou parques eólicos, que formam uma rede voadora e malhada de
banda larga a operar nas bandas de frequência libertadas pela televisão
analógica, de modo a garantir ligações rádio de longo alcance”.
O coordenador do projeto, Rui Campos, investigador do INESC TEC,
afirma que “a grande novidade” do BLUECOM+ assenta na “exploração em
ambiente marítimo das bandas de frequência libertadas pela televisão
analógica, a utilização de combinações de balão de hélio e papagaio que
funcionam como pontos de acesso sem fios e repetidores de sinal de
elevada altitude, com benefícios para a propagação rádio e
consequentemente para o alcance das comunicações e o acesso à internet
em banda larga em zonas remotas do oceano usando tecnologias
normalizadas”.
“A conjugação destas três componentes vai permitir, por exemplo,
que um utilizador numa embarcação a 100 quilómetros da costa possa
aceder à internet de banda larga usando o seu ‘smartphone’, sem ter que
fazer qualquer atualização de hardware ou software no seu dispositivo”,
referiu Rui Campos.
O investigador acrescenta que esta “é uma novidade à escala mundial
e uma alternativa às comunicações via satélite, que são hoje a única
solução disponível”.
O projeto terminará em dezembro, tendo como “objetivo último” a
construção de “um protótipo da solução de comunicações sem fios” e a sua
demonstração, já no verão, em ambiente marítimo, “recorrendo a duas
embarcações do IPMA que vão funcionar como pontos de ancoragem dos
balões de hélio e papagaio”.
O “BLUECOM+” é um projeto financiado pela EEA Grants e Norways Grants.