Inteligência artificial, cancro da mama e nanotecnologia foram os temas das escolas de verão do INESC TEC

Foi de 2 a 9 de julho que a Invicta recebeu cerca de 40 especialistas, entre docentes, investigadores, estudantes de doutoramento e pós-doutoramento e empresários, de 22 nacionalidades diferentes. A terceira edição da visum (VISion Understanding and Machine Intelligence) foi uma organização conjunta do INESC TEC e do INEB (Instituto de Engenharia Biomédica), que decorreu no espaço Atmosfera M, na Rua Júlio Dinis.

Algoritmos de visão por computador, reconhecimento facial automático, análise de documentos digitalizados ou câmaras RGB-D foram alguns dos temas em discussão na Escola de Verão.

“O nosso objetivo é promover a troca de know-how e experiências, fazendo com que, a partir da teoria, os participantes apliquem na prática os seus conhecimentos nos respetivos mercados onde se inserem, quer em projetos de investigação quer na própria indústria. É nesse sentido que o nosso painel de oradores é composto por especialistas internacionalmente reconhecidos nesta área”, explica Ana Rebelo, investigadora do INESC TEC que faz parte da organização da visum.

A visum recebeu docentes e investigadores do Imperial College London (Tae-Kyun Kim e Thomas Whelan), da Universidade Técnica de Praga (Jiri Matas), da Universidade Autónoma de Barcelona (Alicia Fornes), da Carnegie Mellon University (Martial Hebert), da Universidade de Nottingham (Michel Valstar) e do Instituto Superior Técnico (João Paulo Costeira). Para além dos sete docentes que vieram a Portugal ensinar e debater temas relacionados com a Visão por Computador e a Inteligência Artificial, a visum recebeu ainda três speakers pertencentes à PHILIPS (Jacek Kustra), ASAP45 (Daniel Heesch) e Enermeter (Manuel João Ferreira).

Os 33 participantes da visum eram provenientes de Portugal, França, México, Bulgária, Polónia, Itália, Irão, Brasil, São Tomé e Príncipe, Lituânia, Uruguai, China, Argentina, Tunísia, Grécia, Espanha, Turquia, Vietname, Palestina e Paquistão.

A visum teve como membros da organização: Ana Rebelo (investigadora do INESC TEC), Luís Teixeira (investigador do INESC TEC), Ricardo Sousa (investigador do INEB), Tiago Esteves (investigador do INEB), Eduardo Pereira  (investigador do INESC TEC), Kelwin Fernandes (investigador do INESC TEC) e Hélder Castro (investigador do INESC TEC).

Esta terceira edição da escola de verão contou com a colaboração da Universidade do Porto, da Faculdade de Engenharia da U. Porto (FEUP) e da Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal) e o apoio do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Tattva Design Hostel, Hotel da Música e Espaço Atmosfera M do Montepio.

Mais informações sobre a visum summer school podem ser encontradas no seguinte endereço: http://paginas.fe.up.pt/visum/

De 13 a 17 de julho, o INESC TEC recebeu a escola de verão MAP Breast que teve como objetivo discutir e apresentar tecnologias relacionadas com o cancro da mama. Foram cerca de 40 os participantes, entre 25 estudantes e docentes, cirurgiões, oncologistas, radiologistas e cientistas de computadores que marcaram presença na sede do instituto durante toda a semana.

A MAP Breast é uma organização conjunta dos projetos europeus PICTURE (Patient Information Combined for the Assessment of Specific Surgical Outcomes in Breast Cancer), onde o INESC TEC é um dos parceiros, e VPH-PRISM (Personalised Predictive Breast Cancer Therapy Through Integrated Tissue Micro-Structure Modeling).

O PICTURE conta com a participação dos centros académicos e clínicos do INESC TEC, Fundação Champalimaud (Portugal), University Medical Center Leiden (Holanda), University College London, King’s College London, Royal Free Hospital (Reino Unido) e Philips (Alemanha), que se juntaram para desenvolver ferramentas que ajudem as mulheres a escolher entre as diferentes opções de tratamento para o cancro da mama de acordo com o resultado estético. Este projeto fica concluído em janeiro de 2016 e contou com um financiamento de 2,15 milhões de euros do 7º Programa-Quadro da União Europeia, no âmbito do acordo nº FP7-600948.

Por sua vez, a VPH-PRISM, um projeto coordenado pelo European Institute for Biomedical Imaging Research com a Fraunhofer MEVIS, vai permitir modelar a microestrutura do tecido mamário, combinando várias disciplinas e escalas, assim como outros fatores (ambientais, genéticos e clínicos), que podem ter impacto na progressão do cancro da mama. Também este projeto contou com um financiamento 3,7 milhões de euros do 7º Programa-Quadro da União Europeia, no âmbito do acordo 601040.

No âmbito destes dois projetos europeus surgiu a MAP Breast que durante uma semana abordou vários tópicos, tais como ciências da computação, matemática, radiologia e cirurgia.

Estes dois projetos viram apresentados os seus resultados na manhã de 17 de julho. Foram também mostrados outros protótipos desenvolvidos pelos participantes.

Reconstrução 3D da mama a partir de várias vistas da paciente, modelo matemático para simulação do resultado estético, ferramenta de anotação clínica de cirurgia da mama, ferramenta para previsão do resultado cirúrgico num sistema multi-modal, ferramenta capaz de estimar a malignidade de nódulos em mamografias e sistema para deteção de achados em imagens de mamografia foram algumas das tecnologias apresentadas no dia 17 de julho, no INESC TEC.

Foram vários os investigadores em início de carreira e de especialistas na área que participaram nesta escola de verão, que reuniu participantes de 11 nacionalidades diferentes – Portugal, Alemanha, Holanda, Reino Unido, França, Roménia, Grécia, Irão, México, Índia e Benim.

A MAP Breast recebeu 11 speakers provenientes de Portugal (Maria João Cardoso, Pedro Gouveia e Elizabeth Charlotte Moser da Fundação Champalimaud, Lisboa), Itália (Giuseppe Catanuto da Azienda Ospedaliera Cannizzaro, Catania), Holanda (Ritse Mann e Bram Platel da Radboud University Nijmegen Medical Centre, Nijmegen), EUA (Mia K. Markey da University of Texas, Austin), Suíça (Mauricio Reyes da University of Bern), Reino Unido (John Hipwell da University College London) e Alemanha (Markus Harz e Joachim Georgii do Fraunhofer MEVIS).

A MAP Breast teve como membros da organização: Hélder Oliveira (investigador do INESC TEC), Markus Harz (Fraunhofer MEVIS, Alemanha), Pedro Gouveia (Fundação Champalimaud, Portugal), Dominik Kutra (Philips Technologie GmbH, Alemanha), João P. Monteiro (investigador do INESC TEC), Alena Morrison (EIBIR, Áustria), Vasileios Vavourakis e Norman Williams (University College London, Reino Unido).

Mais informações sobre a MAP Breast podem ser consultadas em: http://mapbreast.inesctec.pt/

O INESC TEC organizou de 22 a 29 de julho a ASCOS (Advanced Study Course on Optical Chemical Sensores) summer school na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP). Realizada desde 1999, a 9ª edição da ASCOS chega pela primeira vez a Portugal.

Foram 75 os cientistas nacionais e internacionais que se encontraram no Porto para estudar e discutir o desenvolvimento de novas tecnologias de sensores (bio)químicos que vão permitir avançar na investigação em vários campos, como a biomedicina (em áreas como o cancro ou neurologia), a genética ou a monitorização ambiental.

Embora os participantes tenham chegado ao Porto no dia 22 de julho, a receção na summer school decorreu pelas 09h00 do dia 23 de julho no Departamento de Ciências de Computadores da FCUP.

Ao longo de toda a semana a ASCOS organizou sessões teóricas e resolução de desafios práticos, sendo que no dia 27 de julho os alunos foram a Braga visitar o INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, o único instituto internacional no mundo dedicado à nanotecnologia. Os alunos assistiram a sessões especiais dedicadas à nanotecnologia, visitaram os laboratórios e interagiram com os cientistas que lá trabalham.

 A cerimónia final decorreu na quarta-feira, 29 de julho, pelas 14h00, na FCUP, com a entrega de prémios aos melhores trabalhos dos estudantes.

Estes últimos desenvolvimentos na área dos sensores, agora mais robustos e versáteis, têm sido conseguidos graças à nanotecnologia. Para além da investigação biomédica e genética, está também em causa a obtenção de melhores resultados noutras áreas como a da monitorização ambiental, aquacultura intensiva ou em aplicações industriais.

“A área da nanotecnologia aplicada aos sensores pode ter um impacto muito grande na sociedade. Por exemplo, os sensores químicos intracelulares são fundamentais para o conhecimento dos processos bioquímicos da vida e de várias doenças como o cancro. Mas os desafios da nanotecnologia são ainda muitos, daí a necessidade deste debate contínuo da comunidade científica. Muitos materiais estão ainda numa fase exploratória, pelo que ainda permanecem algumas questões quanto à estabilidade e reprodutibilidade das suas propriedades e sua interação com os ecossistemas”, explica Pedro Jorge, investigador do INESC TEC e responsável pela organização da ASCOS em Portugal.

Os 56 estudantes da summer school que marcaram presença na nona edição da ASCOS eram provenientes de 20 nacionalidades diferentes, Portugal, Áustria, Alemanha, Espanha, Rússia, China, Brasil, República Checa, Finlândia, Hungria, Itália, Irlanda, Polónia, Singapura, Eslovénia, México, Colômbia, Irão, Índia e EUA.

Por sua vez, dos 19 tutores convidados, quatro eram portugueses, Paulo Freitas do INL – Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia em Braga, Paulo Marques da FCUP, José António Salcedo da Multiwave Photonics no Porto e Pedro Jorge do INESC TEC. Paralelamente, estiveram presentes dois professores vindos dos EUA, três de Espanha, três da Áustria, dois de Itália, um da Alemanha, um da República Checa, um da Hungria, um da Eslovénia e um da Irlanda.

A ASCOS 2015 Porto, organizada pelo INESC TEC, contou ainda com o apoio da Universidade do Porto, FCUP, SPOF (Sociedade Portuguesa de Ótica e Fotónica), INL, SOGRAPE, HBM FiberSensing, CleaningSynergy, Ghibli Portugal e Primavera Software.

Fizeram parte da organização da ASCOS os seguintes investigadores do INESC TEC: Pedro Jorge, Luís Coelho, Ireneu Dias, Luísa Mendonça, Rita Ribeiro e Ivo Nascimento.

Mais informações sobre a ASCOS podem ser consultadas em: http://ascos.org/