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Portos portugueses pioneiros mundiais em inovação tecnológica
Dois dos portos tecnologicamente mais inovadores do mundo são portugueses. O Porto de Leixões e o de Viana do Castelo, geridos pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), serviram de piloto numa ação de inovação realizada pelo INESC TEC e a TRIEDE TTI.
Portos portugueses pioneiros mundiais em inovação tecnológica
A ferramenta 3Port permite gerir várias das necessidades e dos processos de negócio das autoridades portuárias de forma integrada, mas também interagir com o público geral, que pode, por exemplo, ver em tempo real o que está a acontecer no porto (http://livemap.apdl.pt).
Como funciona o 3Port?
O objetivo é fazer desta solução uma ferramenta indispensável aos serviços técnicos para suporte e gestão adequada dos processos. Através desta inovação, que acrescenta valor ao porto e à sua atividade, é feita uma interligação das áreas estratégicas, com fornecimento e partilha de dados estruturados, num contexto georreferenciado.
O 3Port assenta em oito módulos, sete dos quais são apenas para acesso do porto – hidrografia (dragagens e áreas navegáveis), tráfego portuário, dominial (licenças e concessões), estudos e obras, prevenção e segurança, ambiente e cadastro e património – e um público. A maior parte destes módulos foram introduzidos pela primeira vez na gestão de processos de Leixões e Viana do Castelo.
Este triângulo de inovação e de transferência de tecnologia composto pelo INESC TEC (o produtor de inovação), a TRIEDE TTI (o tomador da inovação e produtor da solução) e a APDL (o tomador da solução e quem identifica os requisitos) faz com que estes portos nacionais sejam atualmente dos mais evoluídos do mundo em termos de I&D.
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Os módulos
A Hidrografia permite o cálculo/mapeamento das quotas de serviço (navegabilidade) e o cálculo de taxas de assoreamento/sedimentação e volumes dragados, bem como toda a caracterização envolvida nas operações de dragagem.
O Tráfego Portuário possibilita a monitorização do tráfego portuário em tempo real e o planeamento e otimização de recursos (rebocadores, cabeços, guindastes, pilotagem) na movimentação (manobras de atracação e largada) dos navios.
A Dominial (licenças e concessões) gere e faz o cadastro das áreas licenciadas/concessionadas e a fiscalização da área sobre jurisdição da autoridade portuária.
O módulo relativo a Estudos e Obras gere, cadastra e monitoriza todos os processos de obras e empreitadas, bem como todos os estudos efetuados e as monitorizações pós obra.
No que diz respeito à Prevenção e Segurança, o módulo integra o Plano de Segurança Interno do porto, guinado e suportando a mitigação de um acidente ou incidente desde o alerta até à resolução. Permite também um acesso homogéneo e simplificado às câmaras internas de segurança, independentemente do modelo ou fabricante. Gere e disponibiliza acesso offline à informação crítica.
Na parte relativa ao Ambiente a ferramenta carateriza de forma ambiental e ecológica a área de influência do porto, recolhe dados de sensores em tempo real e produz indicadores e alertas.
O módulo Cadastro e Património, que é a base de todo o sistema, permite definir a organização espacial da área portuária, toda a informação de base e otimizar o uso da infraestrutura já existente no porto.
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A área Pública, assente no módulo Live Map, serve sobretudo um propósito de marketing do porto, permite a visualização do tráfego portuário em tempo real e integra com informação pública Panoramio (fotos), o Google e rede social Facebook.
A vertente pública 3Port Live Map funciona, para além de computadores e tablets, em smartphones sem que para isso seja necessário descarregar uma aplicação, uma vez que o sistema é adaptável ao browser em qualquer dispositivo móvel.
Vantagens do 3Port
Algumas das vantagens do 3Port são o suporte à tomada de decisão, os ganhos de eficiência e a diminuição de custos de operação, que juntas potenciam crescimento sustentável.
“Outra das vantagens da solução é que é ela que se adapta aos processos do porto e não o contrário e tem uma caraterística de interoperabilidade, isto é, não replica a informação, mas acede ao sítio onde ela reside e interage de modo integrado com as restantes ferramentas do ecossistema portuário”, explica Lino Oliveira, o investigador do INESC TEC responsável pelo projeto, que demorou dois anos a ser desenvolvido.
Baseado em tecnologias web open source, o 3Port faz uma integração homogénea tanto de sistemas internos do porto como de informação pública.
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Objetivos passam agora pela exportação do 3Port
As expectativas em termos de exportação da solução passam, de momento, pelo Brasil, Angola, Chile e Peru.
“Já apresentámos o 3Port em quatro estados brasileiros, em Luanda (Angola), em Valparaíso (Chile) e em Callao (Peru). O reconhecimento internacional tem sido muito elevado. No Brasil, por exemplo, foi-nos dito que não conheciam nenhuma solução minimamente semelhante à que mostrámos. Mas o nosso objetivo em termos de exportação vai além destes quatro países, passa pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e pela América Latina”, refere Mauro Ferreira, responsável do projeto por parte da TRIEDE TTI.
O investigador com ligação ao INESC TEC referido nesta notícia tem vínculo à seguinte entidade parceira: INESC TEC.
INESC TEC, setembro de 2015