“Nestes tratamentos com menores gastos de recursos e sem medicação, a pessoa é acompanhada por um profissional devidamente treinado, mas onde também se faz apelo aos recursos e capacidades do paciente para conseguir ultrapassar a depressão”, revela, em comunicado, o psicólogo João Salgado, responsável pelo projeto.
O docente explica que “no tratamento assistido por computador, o utente terá à sua disposição uma série de atividades que podem ajudar a pessoa a voltar ao seu estado de humor normal”.
“O mesmo se passa nos grupos de psicoeducação ou na terapia apoiada por livros de autoajuda. Além disso, estes recursos tecnológicos também irão ajudar a avaliar de modo mais sistemático a evolução da situação clínica”, assinala o mentor do ‘Stop Depression’.
O projeto resulta de uma parceria entre o Instituto Superior da Maia (ISMAI), o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e assenta em três pontos essenciais: detetar mais precocemente novas situações de depressão ou de risco de suicídio, tratar as situações consoante a sua gravidade e apoiar os tratamentos com tecnologias de informação, tais como a Internet e ‘smartphones’.
“Cuidar mais. Vamos vencer a depressão” é o nome da campanha pública do ‘Stop Depression’ que até outubro de 2016 será implementada no terreno e envolve 175 mil pessoas de quatro freguesias do Porto onde será dada formação específica a mais de 250 profissionais.
O Porto foi escolhido para implementação do projeto por “ter uma população urbana envelhecida, muito afetada pela crise e com níveis de desemprego elevado”, indica o comunicado.
No âmbito do projeto realiza-se quarta-feira no ISMAI, a partir das 10:30, a conferência internacional “Cuidar + da Depressão: Inovação e Desafios nos Cuidados de Saúde Primários” durante a qual serão debatidas as formas inovadoras de intervenção no tratamento da depressão nos cuidados de saúde primários em Portugal e no estrangeiro.