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Spin-offs devem interagir o mais cedo possível com clientes (Canal Superior)

Sérgio Costa, investigador do INESC-TEC, venceu o Heizer Award 2015, um dos mais importantes prémios da área do empreendedorismo, com um estudo onde defende que a melhor estratégia passa por uma interação antecipada das spin-offs com os clientes.

As spin-offs em início de carreira devem interagir e iterar «o mais cedo possível com potenciais clientes, mesmo antes do registo da empresa», defende Sérgio Costa. A conclusão valeu ao investigador do INES-TEC o Heizer Best Dissertation Award, atribuído pela Entrepeneurship Division da Academy of Mangement, um dos prémios mundiais mais importantes da área de empreendedorismo.

Entre três finalistas, o investigador português foi distinguido pela sua tese de doutoramento, onde aborda a evolução dos modelos de negócio em spin-offs universitárias. Pela primeira vez, o estudo focou-se na relação entre a frequência com que o modelo de negócio é alterado e variáveis como o grau de envolvimento dos empreendedores, o conhecimento de mercado, de gestão e de arranque de novas empresas.

«Os modelos de negócio das empresas que examinei mudaram todos, mais do que uma vez, no período de 12 meses. Portanto, eu diria que, mais do que normal, é inevitável a mudança, sobretudo quando falamos nas fases iniciais, isto é, de conceção da ideia de negócio e de arranque da empresa», explica o investigador ao Canal Superior.

Na opinião de Sérgio Costa, estas alterações devem-se à «falta de recursos financeiros ou humanos, intenções de crescimento no mesmo mercado ou expansão geográfica, alterações durante a fase de desenvolvimento de produto e teste, feedback decorrente de interações com potenciais clientes, necessidade de novos parceiros para desenvolvimento de produto, produção e/ou distribuição, eventos exógenos inesperados, mudanças de regulamentação, mudanças na competição», entre outros.

As empresas que registavam menos mudanças, de acordo com o estudo realizado pelo docente, eram aquelas «cujas equipas fundadoras detinham um elevado conhecimento de gestão e mercado», assim como uma «elevada experiência em empreendedorismo».

Estas empresas eram também as que apresentavam uma «performance superior», levando o investigador a concluir que «empresas com elevada performance tendem a interagir mais cedo, mesmo antes da sua constituição, e mais intensivamente com vários stakeholders para iterar os seus modelos de negócio pretendidos».

O estudo, com o título «Business Model Change in Early-Stage University Spin-Offs», envolveu oito spin-offs da Universidade de Strathclyde. Ao longo de 12 meses, Sérgio Costa conduziu cerca de 98 entrevistas, de forma a perceber os mecanismos de alteração do modelo de negócio e o modo como estes afetam a performance da empresa.

No futuro, o investigador pretende dar continuidade ao estudo, alargando a amostra a diferentes universidades e geografias. «O INESC TEC está a desenvolver uma base de dados com a população de todas as spin-offs universitárias portuguesas. Esta iniciativa está a ser articulada com as bases de dados existentes em Itália, Noruega e Reino Unido?, conclui o investigador, em nota de imprensa.

 

Canal Superior, 13 de agosto de 2015

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