Pela primeira vez em muito tempo, esta primeira página de notícias da PC Guia é totalmente dedicada à excelência do trabalhos dos portugueses. Se na coluna ao lado falamos de dois alunos que criaram uma app e uma plataforma de e-learning para crianças autistas, aqui contamos-lhe a história de um português, Sérgio Costa (na foto), que escreveu a melhor tese de doutoramento do mundo. Este professor auxiliar convidado na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e investigador visitante na Universidade de Gent (Bélgica), recebeu o galardão em Agosto, em Vancouver (Canadá), no Encontro Anual da Academy of Management. A sua tese, Business Model Change in Early-Stage Universitv Spin--offs, desenvolvida na Universidade de Strathclyde (Reino Unido), foi distinguida com o Heizer Best Dissertation Award da Entrepreneurship Division da Academy of Management, considerado o prémio mundial mais importante na área de empreendedorismo.

EMPREENDEDORISMO É TRUNFO PARA O SUCESSO

Foram nomeados três finalistas, mas foi o investigador português quem venceu. Concluído em Novembro de 2014, este trabalho foi orientado por Jonathan Levie (Universidade de Strathclyde, Reino Unido) e Marina Biniari (Universidade de Aalto, Finlândia). «Na tese de doutoramento, Sérgio Costa aborda a evolução dos modelos de negócio em spin offs universitárias, utilizando uma metodologia indutiva e longitudinal, com recolha de dados em tempo real nas fases iniciais de desenvolvimento deste tipo de empresas, algo inédito na área da gestão», explica o INESC TEC. «A minha tese sugere que empresas cujas equipas fundadoras detenham um elevado conhecimento de gestão e de mercado, e possuam elevada experiência em empreendedorismo, apresentam, em geral, menos alterações ao modelo de negócio e uma performance superior», explica Sérgio Costa.

O investigador introduziu, pela primeira vez nesta área, relações entre a frequência com que o modelo de negócio é alterado e certas variáveis, tais como o grau de envolvimento dos empreendedores, o conhecimento de mercado, de gestão e de arranque de novas empresas. Algumas das proposições indicadas pelo investigador vão agora ser postas em prática pelo INESC TEC, que já se encontra a desenvolver uma base de dados com a população de todas as spin-offs universitárias portuguesas.

PC Guia, setembro de 2015