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Melhor doutoramento do mundo em empreendedorismo é de um português (Viva!Porto)
Sérgio Costa, um investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) do Porto, foi o primeiro português a receber o prémio de melhor tese de doutoramento do mundo na área do empreendedorismo.
O também professor auxiliar convidado na Faculdade de Ciências da
Universidade do Porto (FCUP), recebeu na segunda-feira, em Vancouver, no
Canadá, o Heizer Best Dissertation Award da Entrepreneurship Division
da Academy of Management, “considerado o prémio mundial mais importante
na área de empreendedorismo”.
Sérgio Costa foi premiado com uma tese desenvolvida na Universidade
de Strathclyde, no Reino Unido, e pretende dar continuidade ao trabalho
no INESC TEC, onde está a desenvolver “uma base de dados com a população
de todas as spin-offs universitárias portuguesas”.
Em comunicado, o
INESC TEC refere que o objetivo da tese de Sérgio Costa, intitulada
“Business Model Change in Early-Stage University Spin-offs”, era “abrir o
debate” sobre “como mudam os modelos de negócio”, tendo concluído que
as empresas com elevado conhecimento de gestão e em empreendedorismo têm
melhores resultados.
“A minha tese sugere que empresas cujas equipas
fundadoras detenham um elevado conhecimento de gestão e de mercado e
possuam elevada experiência em empreendedorismo apresentam, em geral,
menos alterações ao modelo de negócio e uma performance superior”,
refere o cientista, citado na nota de imprensa.
Neste trabalho, o
também investigador visitante na Universidade de Gent (Bélgica),
“introduziu, pela primeira vez nesta área relações entre a frequência
com que o modelo de negócio é alterado e certas variáveis, tais como o
grau de envolvimento dos empreendedores, o conhecimento de mercado, de
gestão e de arranque de novas empresas”.
Sérgio Costa considera que
“empresas com elevada performance tendem a interagir mais cedo, mesmo
antes da sua constituição, e mais intensivamente com vários
stakeholders”, bem como “a estabelecer mais parcerias e com um espetro
mais alargado de atores (privados e públicos), no sentido de acederem a
mais recursos”.
“As proposições desenvolvidas neste estudo podem
também ter implicações para outras empresas que não spin-offs, desde que
estejam inseridas em contextos de elevada incerteza tecnológica e de
mercado”, concluiu o investigador.
No estudo, Sérgio Costa acompanhou
oito spin-offs da Universidade de Strathclyde, tendo realizado cerca de
98 entrevistas ao longo de 12 meses, para perceber os mecanismos de
alteração do modelo de negócio e o modo como estes afetam a performance
da empresa.
Concluída em novembro de 2014, a tese foi orientado por
Jonathan Levie (Universidade de Strathclyde, Reino Unido) e Marina
Biniari (Universidade de Aalto, Finlândia).