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Sensores que podem salvar bombeiros
Equipamento tem estado a ser testado em cenários reais em Albergaria-a-Velha.
Investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência desenvolveram um sistema que monitoriza sinais vitais de bombeiros e outros profissionais de primeira resposta e recolhe dados do ambiente, ajudando a aumentar a segurança em cenários de risco ou catástrofe.
Um sensor fisiológico é colado na pele do bombeiro, por exemplo, medindo o ritmo cardÃaco, temperatura corporal e respiração. A partir destes sinais pode-se inferir nÃveis de stress e fadiga, entre outros.
Um segundo sensor, colocado na roupa, analisa o meio envolvente a que o bombeiro está exposto, ao medir gases tóxicos (como o monóxido de carbono), luminosidade e temperatura do local.
Os dados e a localização georreferenciada são depois enviados, em tempo real, via wireless, para uma plataforma informática, a que se pode aceder num computador ou smartphone. O sistema poderá ser instalado em centrais ou postos de comando, onde quem dirige as ações avalia a situação de cada elemento e toma decisões.
Os dados, explica o investigador Duarte Dias, possibilitam a quem comanda "saber exatamente onde é que o bombeiro está, a que variáveis pode estar sujeito, tanto ambientais como fisiológicas, e tentar da melhor forma gerir a equipa". O próprio bombeiro pode aceder a esses dados via telemóvel, avaliando a sua situação e pedindo socorro se achar necessário.
Os investigadores acreditam que a utilização deste equipamento, que recebeu o nome de "Wesenss", pode contribuir para aumentar a segurança dos bombeiros, que se encontram muitas vezes em situação de risco.
Estudos internacionais indicam que "67% das fatalidades" com bombeiros ocorrem devido a "problemas de stress e esforço excessivo" e que estes têm "duas vezes" maior probabilidade de sofrerem de "stress póstraumático", aponta Rui Rosas.
O sistema permite "antecipar a situação de falência fÃsica". dando a quem está na cadeia de comando a oportunidade de tomar uma ação em tempo útil para aumentar a sua segurança e gerir de forma mais eficiente a equipa que responde à situação. reforça Rui Rosas.
O equipamento tem vindo a ser testado pelos Bombeiros de Albergaria-a -Velha em situações reais. Por diversas vezes. ao longo dos últimos três anos, os bombeiros colocaram o equipamento quando iniciaram o turno e os dados foram monitoriza dos. Foram recolhidos e tratados dados de mais de 700 horas.
O comandante José Valente acredita que o novo equipamento é importante para a "segurança e rentabilização dos meios humanos que estão no teatro de operações", ao "identificar as "fraquezas e potencialidades" de cada elemento.
A tecnologia está numa fase adiantada de "validação", pelo que os investigadores procuram agora investidores para lançarem o produto no mercado. Pela sua importância e dimensão, um dos principais alvos será "o mercado norte-americano". assumem os investigadores.
Para além de bombeiros, este equipamento pode também ser útil a outros profissionais de primeira resposta, como polÃcias e paramédicos.
Jornal de notÃcias, 22 de outubro de 2017