Amândio Azevedo, responsável pelo curso de Engenharia Eletrotécnica na UMa, confima, em declarações ao JM, que na área da Engenharia Eletrotécnica estão a ser desenvolvidos projetos em diversas áreas. Um dos projetos decorre ao nível das redes de sensores sem fios, que «têm sido consideradas atualmente como uma das 10 tecnologias que irão revolucionar o mundo».

«Esta tecnologia permite levar a internet ao mundo físico ("internet das coisas”). Na Universidade da Madeira existem vários projetos que usam esta tecnologia, com aplicações na agricultura de precisão, na monitorização de florestas, na monitorização urbana, na monitorização em museus, na monitorização de energia, etc», explica.

GESTÃO DA ENERGIA

Outros projetos decorrem na área da Energia. «No âmbito das políticas comunitárias, a gestão inteligente da energia no lado da procura e as tecnologias de produção descentralizada serão as tecnologias mais importantes para diminuir o consumo de energia fóssil e para nivelar os diagramas de carga dos sistemas de produção de eletricidade e das redes de transporte e distribuição», realça.

Com um projeto nesta área pretende-se, salienta aquele professor universitário, «construir urna solução que seja pioneira na integração da monitorização da produção local de energia, com a monitorização, análise e gestão do consumo de energia, otirnizando todo o processo de produção, armazenamento e utilização de energia».

Outros projetos desenvolvidos nesta área lidam com a qualidade da energia, estudando novos equipamentos baseados em conversores multinível.

 REDUZIR CUSTOS NA ÁREA DA SAÚDE

Também decorrem projetos na área da Saúde: «O esforço constante para reduzir os custos gerais de saúde e aumentar a segurança total dos pacientes levou ao objetivo de transferir um número crescente de procedimentos tradicionalmente realizados em pacientes hospitalizados estacionários dentro do Centro cirúrgico do hospital para um tratamento ambulatório realizado no consultório dos praticantes».

Por outro lado, num projeto a desenvolver com uma empresa especializada na área da eletrónica, «o equipamento utilizado deve ser mais “inteligente e proporcionar interfaces mais fáceis de manipular comparadas com os equipamentos existentes».

Está, também, a ser desenvolvido «outro projeto que pretende estudar for- mas de prevenir as ulceras por pressao». «As úlceras por pressão têm um enorme impacto na qualidade de vida das pessoas com limitações de mobilidade, tendo vindo a centrar a atenção da comunidade científica da área da saúde», recorda.

INICIATIVAS JUNTO DAS TELECOMUNICAÇÕES

Amândio Azevedo referencia ainda iniciativas na área das Telecomunicações. E destaca que «um projeto nesta área pretende, em colaboração com o Laboratório Regional de Engenharia Civil, estudar de um sistema de medição multi-ponto baseado em fibras óticas com funcionalidades avançadas e apresentando características adequadas à monitorizaçào de solos em larga escala e de modo remoto para a previsão e deteção de deslizamentos de solos».

Segundo o nosso interlocutor, «um outro projeto, realizado com uma empresa de telecomunicações da região, deu apoio à instalação de tecnologia de banda larga, utilizando no planeamento as ferramentas ArcView, e-SIT e o AutoCad que permitiram a sua boa execução».

Amándio Azevedo anuncia igualmente «o desenvolvimento de novos sensores: em colaboração com o INESC TEC, são desenvolvidos vários projetos para a implementação de novos sensores com aplicações em diversas áreas». E exemplifica: «Tem-se sensores de pressão em fibra ótica para o estudo dos fenómenos da perco lação da água em solos, implementação de um sistema interferométrico diferencial para a medição diferencial de temperatura, avaliação de intereferómetros modais em fibra ótica para aplicações sensoras, desenvolvimento de um ssterna sensor em fibra ótica para a deteção de diferentes gases (NH3, C02 e CH4), usando técnicas de processamento de sinal associadas à espetroscopia de absorção».

Jornal da Madeira, 24 de agosto de 2015