Acções do Documento
Há um português na conferência da ONU na sede da Google esta semana
Há um português na conferência das Nações Unidas que vai ter lugar hoje e amanhã, nas instalações da Google (EUA), e que tem como objetivo assegurar que indivíduos ou comunidades que sejam afetadas por conflitos ou desastres naturais tenham uma voz direta em projetos e programas lançados para o seu benefício. O português convidado é João Paulo Cunha, coordenador do Centro de Engenharia Biomédica do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e docente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
Ao todo são cerca de 175 os profissionais seniores de todo o mundo que vão representar empresas tecnológicas, agências humanitárias, a academia ou entidades governamentais na sede da Google (Googleplex), em Mountain View.
Um dos sistemas que a equipa do INESC TEC está a desenvolver em conjunto com a Carnegie Mellon University e uma startup chamada Incident Aid vai ser apresentado nesta conferência.
“Os sistemas que vamos apresentar tratam-se de sensores vestíveis para monitorizar posicionamento no terreno, sinais vitais (ECG, respiração, actigrafia, temperatura do corpo, gases nocivos com o monóxido de carbono, etc.) para obter índices de fadiga, exposição a calor e níveis de stress, exposição ao calor, etc. de profissionais de primeira resposta, tais como paramédicos ou bombeiros, integrados com sistemas de comunicações de emergência e de informação de alarmes e gestão de eventos críticos, como situações de catástrofe naturais”, explica o investigador.
A organização é do gabinete das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários, que é responsável por juntar vários agentes humanitários que assegurem uma resposta coerente em caso de emergência.
As mudanças tecnológicas têm tido um grande efeito nas operações humanitárias. Se antigamente as organizações limitavam o uso de tecnologia a rádios e telefones, hoje em dia são utilizadas várias tecnologias de informação e comunicação, tais como os sistemas de satélite, drones, smartphones, computadores, entre outros, para recolher, partilhar e analisar informação.
Estima-se que em 2020 as subscrições de dispositivos móveis ultrapassem o número de população global e que mais de metade da população mundial tenha acesso rápido à internet. Com estes números, quando um desastre natural ou um conflito ocorrer, as organizações humanitárias têm que estar aptas para potenciar a tecnologia de modo a responder de forma mais efetiva e eficiente.
O tema do encontro de 2017 é “Capacitar Pessoas Afetadas” (“Empowering Affected People”), ou seja, assegurar que todos aqueles que sejam afetados por conflitos ou desastres naturais tenham uma voz em projetos e programas. Para tal, vão realizar-se várias sessões dedicadas aos temas pagamentos digitais, comunicações com comunidades afetadas, recolha de dados, visualização e análise, identificação digital, privacidade de dados, entre outros tópicos.
Para mais informações:
Joana Desport Coelho
Serviço Comunicação
INESC TEC
Campus da FEUP
Rua Dr Roberto Frias
4200-465 Porto
Portugal
T +351 22 209 4297
M +351 919 119 721
Porto, 21 de março de 2017