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Novo portal facilita troca de informações entre doentes (Diário de Notícias)

FalarSobreCancro.org, que tem como principal parceiro o IPO do Porto, tem neste momento mais de 400 utentes registados.

O IPO-Porto e investigadores do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), da Universidade do Minho e do INESC TEC anunciaram hoje a criação de um portal na Internet para troca de informações e experiências entre doentes oncológicos.

O novo portal "FalarSobreCancro.org" tem vindo a ser apresentado a todos os doentes do Instituto Português de Oncologia do Porto - principal parceiro do projeto - e conta, de momento, com cerca de 400 membros registados que partilham conteúdos informativos através de artigos e comentários.

De acordo com Rui Oliveira, administrador do INESC TEC e docente da Universidade do Minho que, com Nuno Martins, docente do IPCA, é responsável pelo desenvolvimento do projeto, esta plataforma web é pública, livre e gratuita e pretende ser "um meio privilegiado de interação da comunidade oncológica", nomeadamente doentes, familiares, amigos, profissionais de saúde, investigadores e voluntários.

A rede FalarSobreCancro.org apresenta ainda o "Boletim Clínico" gerido apenas pelo IPO-Porto e que integra conteúdos clínicos e científicos que só podem ser publicados por profissionais de saúde devidamente habilitados e cujo objetivo é exclusivamente informativo e educativo.

Para aceder à rede basta fazer um registo. O utilizador pode, depois de registado, verificar todos os membros que fazem parte da comunidade, aceder à atividade de cada utilizador, interagir em grupos temáticos (medicinas alternativas, cancro da mama, entre outros) e ainda escolher quem pretendem ou não seguir.

"O cancro é a segunda maior causa de morte em Portugal e aquilo que assistimos, cada vez mais, é a um aproveitamento enorme da dor e do desespero do paciente por parte de terceiros, potenciado pela quantidade de 'desinformação' que a Internet muitas vezes nos fornece", disse Rui Oliveira.

Com o "FalarSobreCancro.org", "o que queremos é, por um lado, criar uma rede de contacto entre pessoas que enfrentam a mesma luta e dar acesso aos pacientes a profissionais de saúde que dissipem algumas dúvidas e esclareçam a veracidade de algumas matérias", explicou o investigador.

O projeto nasceu no âmbito da tese de doutoramento de Nuno Martins que estudou o trabalho de comunicação de cidadãos e instituições na luta contra o cancro.

O trabalho atingiu uma nova fase de investigação com o "FalarSobreCancro.org", que passou a estar centrado no estudo de uma solução prática que ajude a comunidade oncológica na luta contra a doença.

O principal parceiro do projeto é o IPO-Porto que, com os seus clínicos e doentes, está a desenvolver um trabalho cooperativo e contínuo de estudo, teste e avaliação de soluções para esta plataforma 'web' que apoiem os cidadãos que se relacionam de forma direta ou indireta com o cancro.

"Nesta rede social, através do Boletim Clínico, prestamos informações científicas numa linguagem acessível a todos. Estabelecemos assim mais um canal de comunicação com a comunidade oncológica, acompanhando a evolução da comunicação digital", explicou o presidente do IPO/Porto, Laranja Pontes.

Com este projeto, "reforçamos a nossa prática de disponibilidade e transparência junto do nosso público e contribuímos para uma população cada vez mais esclarecida", acrescentou.

Assunção Tavares, psiquiatra do Serviço de Psico-oncologia do IPO-Porto, manifestou-se surpreendida com a adesão da comunidade: "Estamos agradavelmente surpreendidos com a adesão e interação da comunidade oncológica nesta primeira fase da plataforma que não para de crescer e que está exigir cada vez maior participação dos nossos profissionais, no âmbito do Boletim Clínico".

Os conteúdos da responsabilidade do IPO-Porto na plataforma restringem-se aqueles que são produzidos para o Boletim Clínico e assinados pelos profissionais da instituição, prestando assim um serviço de informação à população. Não é função desta Instituição monitorizar ou mediar as publicações dos utilizadores da plataforma.

 

Diário de Notícias, 21 de janeiro de 2016

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